Eram cinco Clássicos das Multidões de invencibilidade coral. O
retrospecto incomodava tanto quanto as quatro vitórias do Santa na Ilha
do Retiro nos últimos cinco confrontos. Nos dois mais recentes, o
estádio rubro-negro virou palco de festas de título tricolor. A torcida
do Sport estava engasgada. E o sentimento contagiou o time. No primeiro
duelo de 2014, enfim, a festa mudou de cor.
Em casa, o Leão jogou como autêntico mandante na noite desta
quinta-feira. Desde o primeiro minuto. Sufocante. Aos 29 do primeiro
tempo, já vencia por 3 a 0. Felipe Azevedo, duas vezes, e Patric
balançaram as redes de Tiago Cardoso, o 'fantasma' do Sport nos últimos
anos - com atuações impecáveis diante do rival nos anos do tricampeonato
estadual tricolor. O resultado devolveu ao Rubro-negro a liderança do
Hexagonal do Segundo Turno, agora com 10 pontos, dois a mais que Náutico
e Salgueiro. O Santa segue com apenas 5, em 5º, fora da zona de
classificação para as semifinais. Já são quatro jogos sem vitória
tricolor.
O Sport se reencontrou após dois tropeços consecutivos: o empate com o
Central, na Ilha, e a derrota para o Náutico, na Arena, antes da parada
do carnaval. Respirou Eduardo Baptista. Seria complicado para um técnico
ainda em busca de afirmação digerir o terceiro revés consecutivo. Na
próxima rodada, o Leão visita o Central, domingo, no Luiz Lacerda, em
Caruaru, enquanto o Santa recebe o Salgueiro no Arruda. O jogo desta
quinta foi apenas o primeiro da série de clássicos entre Sport e Santa
Cruz nas próximas semanas. Mais um pelo Pernambucano, dia 26, além de
dois pela semifinal da Copa do Nordeste, nos dias 12 e 19.
'Atropelo' rubro-negro
Felipe Azevedo só precisou de cinco minutos para justificar a aposta do
técnico Eduardo Baptista. Novidade na escalação, de volta ao time
titular na vaga do jovem Érico Júnior, justo ele, um atacante tão
criticado pela falta de gols, deu início ao atropelo rubro-negro no
primeiro tempo. Após cobrança de escanteio de Aílton, Raul rebateu mal
de cabeça, e Felipe pegou firme de primeira. Um chute seco.
Indefensável. No ângulo de Tiago Cardoso. Sport 1 a 0.
O gol incendiou a Ilha do Retiro. E fez jus à postura acesa do Leão
desde o primeiro minuto. Tão surpreendente quanto o primeiro gol logo no
início foi o segundo. Aos 16, Neto Baiano, mesmo de costas para a meta
tricolor e marcado de perto por Renan Fonseca, enxergou a entrada de
Patric. O centroavante rubro-negro acertou um belo passe. O
lateral-direito aproveitou, dominou na coxa e fuzilu Tiago Cardoso.
Sport 2 a 0.
Chamava atenção o desenho dos times em campo mesmo depois do segundo
gol. O Sport continuou com a posse da bola, e o Santa Cruz com quase
todo o time da linha do meio de campo para trás. Resultado: com 29
minutos, o Leão chegou ao terceiro. Fruto de outro passe primoroso de
Neto Baiano. Que Felipe Azevedo, em noite iluminada, completou com um
toque por cobertura sobre Tiago Cardoso. Parecia mentira. Sport 3 a 0
com menos de 30 minutos de jogo.
Patric marcou o segundo gol rubro-negro (Foto: Fernando da Hora/Agência Estado).
Jogo resolvido
A leitura do jogo na volta do intervalo foi uma só: o Sport
visivelmente se deu por satisfeito, enquanto o Santa Cruz acusou o golpe
após uma primeira etapa tão atípica. No lance mais perigoso, Oziel
ainda conseguiu colocar uma bola na trave de Magrão aos 37 minutos. Mas
apesar das tentativas instintivas de se lançar ao ataque, o time coral
já começou o segundo tempo 'entregue'.
O técnico Vica tentou mudar o cenário. Entrou Flávio Caça-Rato, o xodó
da torcida tricolor e talismã do título pernambucano de 2013, quando
marcou um dos gols da vitória sobre o Sport na mesma Ilha do Retiro.
Desta vez, o atacante foi tão coadjuvante quanto seu time. Léo Gamalho
ainda incomodou a defesa rubro-negra, muito pouco para a distância
imposta no placar.
No fim, o estreante Bruninho, ex-Flamengo, ainda teve a chance de
ampliar o placar, mas chutou em cima de Tiago Cardoso. Minutos antes,
ele substituiu Felipe Azevedo. Um dos jogadores mais questionados pela
torcida do Sport nos últimos tempos. Aplaudido nesta quinta. O nome do
atacante virou coro no meio dos rubro-negros. Foi o desfecho de uma
noite atípica na Ilha do Retiro, se tomado como base o histórico recente
entre os rivais.
Por GloboEsporte.com
Recife.
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