Leão tem Marcelinho, craque do campeonato (Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem)
O Sport foi o melhor time da primeira fase do Pernambucano Coca-Cola.
Com 15 vitórias, cinco empates e apenas duas derrotas, terminou seis
pontos à frente do Santa Cruz. Não perdeu clássicos. Tem o craque do
campeonato, Marcelinho Paraíba, e um goleiro também decisivo, Magrão. É
por motivos como esses que se apresenta como o maior favorito ao título
do Estadual, na chegada para a fase semifinal. Apesar disso, tem os seus
problemas e precisará melhorar em alguns pontos para manter a
superioridade da primeira parte do certame.
O desempenho do Sport, até aqui, mostra uma equipe em reformulação, a
partir do acesso à Série A. Um time que buscou mais jogadores
experientes, como os volantes Marquinhos Paraná, ex-Cruzeiro, Diogo
Oliveira, ex-Fluminense, Rivaldo, ex-Palmeiras, além do jovem atacante
Jael, que apareceu bem no Bahia e na Portuguesa e veio do Flamengo, onde
não se firmou.
A equipe foi a mais regular do campeonato, com apenas duas derrotas,
menos que o Salgueiro, que perdeu quatro, e que os rivais Náutico e
Sport, que perderam seis. A pontuação do time ficou bem distribuída
entre jogos dentro de casa (26 pontos), onde teve alguns tropeços, e
fora de casa (24 pontos), em que obteve o melhor aproveitamento geral.
É um time que faz muitos gols e também sofre muitos gols. Dos 22 jogos
da primeira fase, o Sport só deixou de tomar gols em seis partidas —
três em casa e três fora. Por outro lado, conseguiu marcar muitos gols
(44, média de 2 por jogo). Só não balançou as redes em 5 partidas.
Evidentemente, teve méritos. Dispõe do principal destaque individual do
campeonato. O veterano Marcelinho Paraíba. Seus chute de fora da área e
suas cobranças de falta são o que há de mais perigoso no time
rubro-negro. Tem 12 gols. Com os cruzamentos dele, o time é forte também
no jogo aéreo. O goleiro Magrão está em boa fase.
No entanto, a equipe teve algumas oscilações e algumas dificuldades
pontuais em seu modo de jogar e na disposição de peças do elenco. As
laterais foram problemas na maior parte do campeonato (a esquerda ainda
é) e os atacantes deixaram a desejar. Os atacantes que devem ser
titulares nesta nova fase, Jael e Jheimy, fizeram quatro e seis gols,
respectivamente. Outros atacantes, Willians, Ruan e Roberson fizeram
dois, cada. Por outro lado, já os zagueiros Bruno Aguiar e Tóbi têm
mostrado boa presença ofensiva, nas jogadas de bola parada, e marcaram
três gols, cada.
As principais dificuldades do Sport foram superadas na primeira fase do
Estadual, mas percebidas claramente na eliminação contra o Paysandu na
Copa do Brasil. Na parte defensiva, apresentou falhas de posicionamento
na marcação, deixando livres os jogadores adversários que se
movimentavam para receber o passe. O Paysandu aproveitou muito bem e
criou várias oportunidades de gols no primeiro jogo. E, no segundo jogo,
mesmo com a posse de bola mais presente no lado do rubro-negro, o Papão
tinha melhores chances de gol durante toda a partida.
Outro ponto que o time do Sport precisa melhorar para essa fase é a
dinâmica de jogo lenta no ataque. O time precisa de mais velocidade, tem
poucos jogadores com essa característica. Dos titulares, talvez apenas
Moacir seja um velocista. Marcelinho tem velocidade com a bola dominada,
mas não mostra intensidade em sua movimentação ofensiva; prefere vir de
trás com a pelota. No ataque, Jael e Jheimy são jogadores de força,
sabem proteger a bola, mas lhes falta velocidade. Eles têm dificuldade
para trabalhar jogadas coletivamente. São mais de conclusão. Falta ao
time mais aproximação, tabelas, triangulações. O resultado é que, diante
de uma marcação forte, o time fica com um futebol previsível.
Mesmo reconhecendo algumas carências do time, o técnico Mazola Júnior
garantiu que o Sport deverá ser o campeão pernambucano. De fato, o
Sport chega como o maior favorito ao título, pela boa campanha, pelo o
desempenho nos clássicos (vide a seguir) e também considerando a
instabilidade dos rivais. No entanto, como o técnico também já comentou,
a partir de agora é outro campeonato. E só nos campos se verá quem é o
mais capaz.
NOS CLÁSSICOS
Analisando os clássicos da primeira fase. Nos jogos de ida, o Leão
venceu os dois jogos jogando melhor que o adversário. Chegou a fazer um 3
a 0 no Náutico em 13 minutos na Ilha do Retiro, sofrendo alguma pressão
no final e confirmando a vitória por 4 a 3, sem muitos sustos. No
Arruda, dominou e bateu o Santa Cruz por 3 a 1. Vitórias que deram
sustentação ao trabalho do técnico Mazola.
No "segundo turno", um futebol ruim no clássico contra o Náutico, nos
Aflitos, mas ao menos o empate em 0 a 0. Contra o Santa Cruz, se impôs
territorialmente e, embora com dificuldade para chegar ao gol em jogadas
coletivas, abriu 2 a 0 em jogadas de bola parada. O Santa Cruz cresceu
na maior parte do segundo tempo e apresentou dificuldades para o Leão.
Vale lembrar que o Santa usou ao menos quatro reservas, na sua
estratégia de limpar os cartões para a fase semifinal. Nâo teve o
artilheiro Dênis Marques.
Contra o Salgueiro, talvez o concorrente que tenha mostrado mais
equilíbrio na competição, o Sport sofreuuma derrota de 2 a 0 numa má
atuação, fora, e ficou num empate sem gols na Ilha do Retiro.
PONTO FORTE
- Marcelinho Paraíba, por seus chutes de fora da área, suas cobranças de
falta e de escanteios. Seus bons passes ajudam companheiros a marcar de
cabeça.
- Jogadores experientes no meio de campo podem ajudar a controlar o jogo
em momento de decisão (apesar do apagão contra o Paysandu).
- Magrão novamente em boa fase.
PONTO FRACO
- Sistema defensivo instável. Não é que falte pegada, mas há falhas no
posicionamento, inclusive na recomposição da defesa após jogadas
ofensivas.
- Já no ataque, em muitos momentos faltou velocidade. O time perde nesse
quesito com o desfalque de Willans, com perna fraturada.
DESTAQUE
Marcelinho Paraíba.
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