Um clima de final de campeonato tomou conta da Ilha do Retiro na tarde
deste sábado. O Sport entrou em campo pressionado pelas duas derrotas
seguidas fora de casa e pelas vitórias de Ceará e Icasa no dia anterior.
Há 11 rodadas no G-4, o Leão acordou fora da zona de acesso à Série A.
Mas vai dormir dentro.
Numa tarde digna de decisão, o time rubro-negro encontrou abrigo em
casa para voltar a vencer. Com gols de Camilo e Neto Baiano, bateu o
Paraná por 2 a 0 e retomou o 3º lugar com os mesmos 59 pontos de Ceará e
Icasa, graças ao maior número de vitórias. A duas rodadas do fim da
Segundona, o Sport só depende de si para alcançar o acesso. Já o Paraná,
com 51 pontos, permanece em 10º, sem mais nenhuma chance de chegar ao
G-4.
Foi a sétima vitória em oito jogos sob o comando de Geninho na Ilha,
enquanto que o Paraná amargou o sexto jogo consecutivo sem vencer. Mesmo
com o goleiro Magrão expulso no início do segundo tempo, o time
rubro-negro encontrou forças e correspondeu à expectativa da torcida,
que compareceu em peso. No próximo sábado, o Sport encara o Boa Esporte,
às 17h20 (horário de Brasília) no estádio do Melão, em Minas, enquanto o
Paraná vai ao interior de São Paulo enfrentar o Guaratinguetá no mesmo
dia, só que às 21h. O último jogo do Leão é contra o Paysandu na Ilha do
Retiro.
Gol rubro-negro frustra a boa atuação do Paraná
O caráter decisivo da partida transformou a Ilha do Retiro no caldeirão
“esquecido” pela própria torcida rubro-negra durante praticamente toda a
campanha da Série B. Em campo, o Sport iniciou a partida atrapalhado
por uma ansiedade visível. Os jogadores pareciam querer justificar o
calor das arquibancadas a qualquer custo. E o Paraná, em parte, se
aproveitou do cenário instável. Até a metade da etapa inicial, o
adversário esteve melhor. Aos 11 minutos, Lúcio Flávio exigiu uma grande
defesa de Magrão em um belo chute de fora da área.
Aos 14, o atacante rubro-negro Felipe Azevedo deixou o campo machucado.
Entrou Camilo. Na ausência do armador Lucas Lima, o Sport insistia em
chutões para frente e lançamentos improdutivos. Sob o ritmo de Lúcio
Flávio, o Paraná chegava mais ordenado, explorando a velocidade de
Paulinho e Luisinho.
A torcida rubro-negra já esboçava perder a paciência quando o
lateral-direito Patric fez uma grande jogada individual pela direita. A
princípio despretensioso, o lance terminou em gol de Camilo, que saiu do
banco para abrir o placar na Ilha do Retiro. Emocionado, o jogador foi
às lágrimas depois de escorar para a rede o cruzamento preciso do
companheiro. A torcida explodiu. A Ilha pulsou.
O gol acalmou e conteve a ansiedade dos rubro-negros. Mesmo assim, o
Paraná continuou melhor. Lusinho, duas vezes, teve a chance de empatar.
Na primeira, chutou cruzado para fora. Na segunda, recebeu livre de
marcação na área, mas acabou surpreendido pela boa saída de Magrão.
Golaço de Neto Baiano alivia expulsão de Magrão
Neto Baiano corre para festejar seu gol
(Foto: Aldo Carneiro/ Pernambuco Press).
Na segunda etapa, o Paraná tentou encurralar o Sport nos primeiros
cinco minutos, mas não conseguiu chegar de forma efetiva à meta de
Magrão. Quando o time rubro-negro conseguiu equilibrar as ações, o
Tricolor produziu um lance capital.
Aos 13 minutos, Reinaldo invadiu a intermediária do Leão, livre de
marcação, após lançamento em profundidade. Magrão abandonou a meta e
impediu o atacante com a sola do pé. Acabou expulso. Geninho então
trocou o meia Ailton pelo goleiro reserva, Saulo, que, de cara, defendeu
uma finalização de Lusinho dentro da área.
Assim como no início da partida, a torcida rubro-negro vivia momentos
de apreensão. Ninguém sabia como o time iria reagir com um homem a
menos, principalmente sendo este homem o ídolo e porto seguro Magrão.
Aos 18 minutos, porém, Patric, de novo, tomou a iniciativa.
O lateral fez mais uma grande jogada pela direita e cruzou na medida
para Neto Baiano. De primeira, o centroavante marcou um golaço. O chute
foi no ângulo. Indefensável. Justo Neto Baiano, que havia prometido
ganhar o jogo de qualquer maneira durante a semana. O segundo gol
encaminhou a vitória que parecia ameaçada. Sem força para reagir, o
Paraná tentou sem ímpeto buscar o resultado. Ao Sport, coube administrar
o resultado e comemorar no fim.
Por GLOBOESPORTE.COM
Recife
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