Sport marca, e zaga do Palmeiras só lamenta... (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
Felipe Azevedo brilha, e pernambucanos fazem 2 a 1 na Ilha do
Retiro. Verdão reclama de gol anulado, mas joga mal mais uma vez e
preocupa.
Sport e Palmeiras reviveram a rivalidade de anos anteriores, fizeram um
jogo disputado, com lances ríspidos, mas no fim os rubro-negros fizeram
a festa na Ilha do Retiro. Aproveitando os erros do Verdão, a equipe da
casa fez 2 a 1 e obteve na noite desta quarta-feira sua primeira
vitória no Campeonato Brasileiro, no segundo jogo sob o comando de
Vágner Mancini. O Palmeiras jogou mal no primeiro tempo, melhorou na
etapa final, chegou a ter um gol anulado, mas amargou nova derrota na
competição.
O jogo teve polêmicas. Além do gol anulado de Barcos, já no fim do
segundo tempo, o árbitro Leandro Vuaden teve de observar duas
ocorrências em campo: um torcedor que invadiu o gramado antes do início
do segundo tempo, e um objeto atirado dentro das quatro linhas. Os
lances devem ser citados na súmula, e o Sport pode ser julgado e punido
no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O Sport chega aos cinco pontos na tabela do Brasileirão, cumprindo o
objetivo de encostar nas primeiras posições. Já o Palmeiras permanece
com apenas um ponto, em situação já preocupante. Como está mais focado
nas semifinais da Copa do Brasil, o time de Felipão tem deixado escapar
pontos importantes no Brasileiro.
O Sport volta a campo pelo Brasileirão no próximo domingo, às 18h30m
(horário de Brasília), quando enfrenta o Cruzeiro fora de casa, em
Varginha. Já o Palmeiras recebe o Atlético-MG no Pacaembu, sábado, às
21h.
Thiaguinho, do Sport, disputa com Juninho, do Palmeiras (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
Ousadia sem alegria
A ideia de escalar dois atacantes abertos pelas pontas era boa, pelo
menos na teoria de Felipão. Com Luan e Maikon Leite na equipe, o
Palmeiras começou a partida em cima do rival, pressionando a saída de
bola e impedindo que o Sport fosse ao ataque. O esquema era promissor,
mas faltou o principal: Valdivia. O volante Tóbi colou no Mago e não o
deixou jogar, tornando-se trunfo da equipe de Vágner Mancini.
O meio-campo ficou muito vazio, e foi ali que o Sport se infiltrou e
passou a dominar o jogo. Márcio Araújo e Marcos Assunção marcam muito
pouco, não é de hoje. E debaixo de chuva torrencial e campo pesado, tudo
ficou pior. O número de desarmes no primeiro tempo comprova isso: 17
para o Sport, nenhum para o Palmeiras. Isso mesmo, nenhum. Na defesa,
Artur entrou sem ritmo de jogo pela lateral direita, facilitando
investidas pelo setor.
Com tantos problemas defensivos, o Palmeiras não conseguiu se segurar
por muito tempo. Na primeira escapada pelo setor dos volantes, o gol dos
pernambucanos saiu. Aos 14 minutos, em boa troca de passes com Felipe
Azevedo, Marquinhos Paraná invadiu a área e tocou na saída de Bruno: 1 a
0. A imagem era clara: Marquinhos chutando a gol e Márcio Araújo, um
metro atrás, esbaforido e tentando alcançar o jogador do Sport sem
sucesso.
A ousadia no ataque custou caro ao Palmeiras, que continuou sem
qualquer poder de criação no meio-campo. Coube a Henrique assumir o
papel de Valdivia. O zagueiro, que tem treinado como volante, virou meia
para fazer o que nenhum dos companheiros de Barcos fez: um passe que o
deixasse em condições de chutar a gol. Aos 37 minutos, com assistência
de Henrique, o argentino finalizou de pé esquerdo, sem chances para
Magrão.
O Palmeiras passou a entender o posicionamento do Sport, e abriu mais
seus pontas, forçando o mesmo movimento dos laterais da equipe
rubro-negra. Com mais espaço na área, Maikon Leite quase virou o jogo
ainda no primeiro tempo, em bola que passou raspando a trave. A equipe
da casa se encolheu, e a sempre quente Ilha do Retiro esfriou.
É chato, mas resolve
O Sport equilibrou as ações no segundo tempo e teve um jogador
fundamental para infernizar a vida da defesa palmeirense. Contratado
para o Campeonato Brasileiro, o meia-atacante Felipe Azevedo foi chato.
Caiu demais, mergulhou para tentar um pênalti, cavou faltas, discutiu
com adversários. No entanto, todas as bolas passaram pelos seus pés. Sem
marcação, ele fez a diferença a favor da equipe pernambucana.
O Palmeiras teve mais posse de bola. O problema é que tocou, tocou,
tocou e não armou uma jogada perigosa sequer. Magrão praticamente não
teve trabalho na segunda etapa. A bola parou de chegar a Barcos, que
teve de voltar para a zona intermediária com a intenção de buscar o
jogo, tentar algo diferente. Os erros de passes impediram um bom
desempenho do ataque do Palmeiras.
Os mesmos erros foram determinantes para o Sport vencer o jogo. Aos 26
minutos, em uma saída de bola equivocada de Luan, Felipe Azevedo
desarmou o adversário e avançou livre pelo meio.
Confiante, ele chutou
de longe e contou com uma colaboração de Bruno para decretar o 2 a 1 a
favor dos rubro-negros. A Ilha do Retiro, enfim, virou um caldeirão.
Luiz Felipe Scolari esperou o Palmeiras levar o gol para fazer
mudanças. Na vaga dos inoperantes Artur, Valdivia e Luan, os reservas
Cicinho, Daniel Carvalho e Mazinho tiveram apenas 15 minutos para tentar
mudar a situação. Muito pouco. O Palmeiras ainda reclamou de um gol
anulado de Barcos, que teve impedimento de Henrique no lance. Jogada bem
duvidosa, mas que não esconde mais uma má atuação da equipe alviverde.
Ainda há um ensaio final contra o Atlético-MG antes de rumar para as
semifinais da Copa do Brasil, contra o Grêmio. Já o Sport mantém a
invencibilidade de Vágner Mancini.
Barcos, do Palmeiras, domina à frente de Bruno Aguiar, do Sport (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
Por GLOBOESPORTE.COM
Recife
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