Hugo marcou o gol salvador do Sport no Serra Dourada (Foto: Adalberto Marques / Ag. Estado).
Em jogo fraco, Dragão registra mais uma vez o menor público do
campeonato, Leão vence por 1 a 0 e mantém esperanças de escapar da
degola.
Atlético-GO e Sport entraram em campo para um jogo que pareceu mais uma
prévia do que pode ocorrer em 2013. Ameaçados pelo rebaixamento - ao
Dragão, a Série B é quase uma realidade -, as duas equipes fizeram uma
partida digna de Segunda Divisão. A começar pelo público, de apenas 449
pagantes, o pior do Brasileirão. Poucas chances de gol, balões e
técnica quase zero. Para salvar a apatia total, Hugo marcou um gol para o
Leão, garantindo o 1 a 0, vitória que mantém os pernambucanos vivos na
luta para escapar do descenso.
Com o resultado, o Sport chega aos 33 pontos, retorna ao 17º posto na
tabela de classificação e na próxima rodada já pode se igualar em pontos
com o Bahia, que soma 36. Entretanto, o Tricolor baiano tem ampla
vantagem no saldo de gols (-5 contra -19). O Dragão segue sua caminhada a
passos largos para a Segundona. Com 23 pontos e na lanterna há 12
rodadas, o time goiano volta as atençoes agora para a Copa
Sul-Americana, a última chance para salvar o ano.
Após a derrota, o atacante Patric assumiu a culpa pelo pênalti perdido,
e admitiu que o jogo poderia ter tido resultado diferente para o time
atleticano.
- - Não fiz uma boa partida hoje – domingo -, tenho consciência disso,
perdi um pênalti, se tivesse feito o gol acho que a partida seria
totalmente diferente.
Com outro ânimo, o meia Hugo, autor do único gol do jogo, reforçou as esperanças do Sport de escapar do rebaixamento.
- Todos acreditavam que não havia mais chance para o Sport, até mesmo
para o Palmeiras, mas foi provado dentro de campo que tudo pode
acontecer na reta final.
Os goianos voltam a campo na próxima quarta-feira, no segundo jogo das
oitavas de final do torneio continental, para enfrentar o Universidad
Católica, no Serra Dourada. Pelo Brasileirão, o Atlético-GO tem como
próximo adversário o Botafogo, no sábado, dia 27, no Engenhão. Após
conquistar pela primeira vez uma sequência de duas vitórias seguidas, o
Sport recebe, na próxima rodada, o São Paulo, na Ilha do Retiro, também
no dia 27.
Pênalti perdido. E só
Os dez minutos iniciais sem uma finalização sequer eram um indicativo
de como seria o jogo no Serra Dourada. Atlético-GO e Sport fizeram um
primeiro tempo marcado por contusões e que só não foi nulo devido a um
pênalti perdido. O eco dos gritos dos jogadores, técnicos e dos poucos
torcedores no Serra Dourada era mais atrativo que o futebol mostrado
pelas duas equipes. O Dragão teve iniciativa ao manter mais a posse de
bola e insistir nas bolas aéreas, mas sem sucesso.
O Leão não conseguia manter a bola em seus pés e, no começo do jogo, se
limitou a marcar bem. Para piorar a situação dos pernambucanos, o
técnico Sérgio Guedes foi obrigado a queimar duas substituições com
menos de 20 minutos de bola rolando. O primeiro a se machucar foi o
zagueiro Diego Ivo, que cedeu vaga a Moacir. Pouco tempo depois o
volante Renan Teixeira deixaria a partida, também machucado, para que
Bruno Aguiar entrasse. Para completar o festival de contusões, Carlos,
do Atlético-GO, também deixou o jogo, mas aos 33.
No entanto, o primeiro tempo não foi apenas de jogadores saindo do jogo
machucados. Teve futebol também. Apostando nas jogadas pelos lados do
campo, principalmente pelo lado esquerdo com Ernandes e Mahatma, o
Dragão protagonizou o principal lance da primeira etapa. Aos 19 minutos,
Diogo Campos lançou Mahatma pela esquerda. O lateral entrou na área e
foi derrubado por Gilsinho. Péricles Bassols não hesitou e marcou o
pênalti. Patric foi para a cobrança e fez uma ótima contribuição para
que o jogo seguisse como um show de horrores. O atacante baixou a cabeça
e chutou forte no canto, fácil para Saulo cair e fazer a defesa, sem
soltar a bola.
A defesa do jovem goleiro, que se emocionou com o lance, deu confiança
para o Sport, que tentou sair mais para o jogo. Entretanto, o Leão
sofria com a falta de criatividade e apostava apenas nos chutes de longa
distância nos pés de Reinaldo e nas chegadas de Cicinho pela direita,
que não tinham sucesso. O Dragão ainda esboçou alguns lances de lucidez
com arremates de Diogo Campos e Patric, mas nada que assustasse Saulo e
contribuísse para abrilhantar o primeiro tempo, que terminou com mais de
40 passes errados.
Ernandes, pelo Atlético-GO, e Gilsinho, pelo Sport,
foram dois dos poucos que se destacaram no jogo
(Foto: Carlos Costa / Ag. Estado)
Hugo salva o Leão
Todo o marasmo da primeira etapa levou apenas três minutos para ir
embora na segunda etapa. Na verdade, apenas um minuto, quando Gilsinho
recebeu livre na área e fez o gol, anulado porque ele estava impedido.
Mas a frustração durou apenas dois minutos. O próprio Gilsinho
reapareceu, driblou três marcadores e abriu para Felipe Azevedo na
direita. O atacante cruzou na medida para Hugo testar para as redes e
marcar seu sexto gol no campeonato, alcançando a artilharia do Sport na
competição.
O gol poderia mudar totalmente o panorama da partida, mas o duelo
seguiu com uma bela demonstração de baixo nível técnico. Artur Neto
tentou dar mais poder ao seu meio-campo ao lançar Danilinho na vaga de
Luciano, mas o Dragão continuou apenas com a bola aérea em seu
repertório.
O jogo era de lançamentos longos e pouca criatividade. O Sport ainda
tinha dificuldades para manter a bola nos pés e só ameaçava nos
contragolpes ou jogadas individuais. Em uma delas, Felipe Azevedo chegou
pela direita, enfiou para Gilsinho, que seguiu a jogada com Hugo, mas o
meia finalizou mal e não marcou seu segundo gol no jogo.O grande dado
da partida seguia sendo o de passes errados, que com 20 minutos de
segundo tempo já superava os 60.
Diante da falta de reação dos donos da casa, o Sport apenas se
posicionava para administrar o resultado e se armava para sair em
velocidade, principalmente com Cicinho pela direita. O Atlético-GO teve o
domínio da posse de bola, mas tinha pouca força em seu ataque. Muito
vaiado pela torcida, Patric saiu de campo aos 34 minutos, mas a entrada
de Alexandre Oliveira não melhorou o setor.
Desorganizado, os goianos chegaram ao gol de Saulo apenas com uma falta
perigosa de Danilinho, mas ficou longe do empate, para alegria dos
pernambucanos, que se sentiram em casa no Serra Dourada.
Por Daniel Mundim
Goiânia - GLOBOESPORTE.COM