Quando anunciou Sérgio Guedes como novo treinador do Sport, a diretoria
do clube afirmou que a contratação seria a última cartada para livrar o
clube do rebaixamento. No entanto, a posição de “salvador da pátria”
não agrada ao novo comandante leonino que, mesmo reconhecendo que caberá
a ele levantar a moral do grupo, fez questão de ressaltar que não
trabalhará sozinho.
- Não tem isso de salvador. Creio que fui contratado por já ter vivido
situações como essa. Este ano mesmo, peguei o São Caetano na zona de
rebaixamento e chegamos ao G-4, mas não foi um trabalho só meu. Meu
papel é levantar a autoestima desse grupo e colocá-los para jogar.
Porém, se conseguimos sair dessa situação, como creio que iremos sair, a
responsabilidade e os méritos serão de todos e principalmente dos
atletas.
A voz calma e a fala ponderada de Sérgio Guedes faz lembrar o
ex-técnico do clube, Waldemar Lemos. Porém, o novo comandante garantiu
que não pretende ter o estilo “paizão”, considerado uma das causas para a
saída do seu antecessor.
- Não cheguei ao Sport para criar problemas. Se os atletas erraram no
passado não vou ficar procurando isso. O importante é o agora. Mas esse é
o momento dos jogadores mostrarem quem está querendo e quem não está.
Quem estiver com vontade, vai ter sua oportunidade. Quem não quiser, não
posso obrigar, mas também não atrapalhará.
Sport_10-ultimas_rodadas (Foto: infoesporte)
Vendo o Sport com 79% de chances de cair para a Série B, segundo o
matemático Tristão Garcia, Sérgio Guedes sabe que terá a árdua tarefa de
fazer com que o time tenha um aproveitamento digno dos clubes que lutam
por uma vaga na Libertadores para fugir da degola. Mas o desafio parece
não assustar o treinador.
- Como falei, creio que cheguei aqui por ter tido experiências
parecidas. É preocupante, mas não temos motivos para desesperar.
Precisamos vencer os jogos em casa e buscar alguns pontos fora. Seis
vitórias nos livra e vamos em busca. Com calma, dedicação e empenho.
Tentando motivar todo o elenco, o treinador garantiu que dará
oportunidades a quem tiver vontade de ajudar. Como exemplo, ele comentou
sobre os casos do meio-campo Felipe Menezes e do atacante Henrique, que
não estavam sendo aproveitados pelos dois últimos técnicos, Waldemar
Lemos e Vágner Mancini.
Guedes promete mais uma chance para Henrique
(Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press)
- Não posso avaliar o período que não estava aqui. Mas Henrique poderá
nos ajudar muito. É um bom jogador, com boa passagem pela Seleção e que
sabe finalizar. Assim como Felipe. Às vezes, não é preciso que o jogador
tenha velocidade para ajudar. Com um toque ele pode acelerar um ataque e
vamos ver como poderemos utilizá-lo para que ele nos ajude também.
Atento aos comentários de que teria sido contratado por empréstimo,
junto ao XV de Piracicaba, Sérgio Guedes fez questão de esclarecer a
situação e colocou um ponto de interrogação sobre o seu futuro.
- Não existe empréstimo algum. Meu contrato com o XV começa em janeiro.
Então, como posso ter vindo emprestado? Isso não existe. Agora, temos
um acordo e vamos ver como as coisas acontecem. No futebol, tudo se
resolve com conversa. Quero fazer um bom trabalho aqui e, caso
consigamos o nosso objetivo, vamos ver o que acontecerá depois.
Por Elton de Castro
Recife
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