Do Jornal do Commercio.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
A sinceridade de Geninho no Sport
Anderson Pedra foi o primeiro a receber críticas abertas, após a
derrota para o Palmeiras (2x1), pela Série B. Na quarta-feira à noite,
pós-queda ante o Libertad (2x0), do Paraguai, pela Sul-Americana, foi a
vez de Patric ser apontado como peça dissonante da equipe. O técnico
Geninho não está para brincadeira. Com uma sinceridade cortante, tem
chutado para muito longe o usual corporativismo do futebol. Aquele mesmo
que, entre outras “regras”, protege tudo que está dentro dos
vestiários. Não só isso. Se o anterior Marcelo Martelotte tinha como
tática evitar falar de contratações como uma maneira de defender o grupo
e valorizar os atletas – ganhando pontos entre eles, claro –, o novo
treinador quer outras opções. O mais rapidamente possível.
Não é de hoje que o elenco do Sport pede oxigênio extra. No início da
queda de rendimento na Segundona, ficou à mostra em algumas
oportunidades que faltavam a Marcelo Martelotte, o comandante da época,
peças de reposição. Alguém para mudar o jogo. Não à toa, uma das
avaliações mais comuns à baixa produtividade recente dos rubro-negra foi
creditada ao modo “manjado” de os pernambucanos atuarem, assimilado
rapidamente pelos principais adversários da competição.
Naquela de investir pesado apenas depois das competições menores da
temporada – Copa do Nordeste e Pernambucano 2013 –, restou ao Leão
apostar em opções esquecidas num mercado difícil quando os campeonatos
nacionais entraram em ebulição. Diego Maurício, ex-Flamengo, e Patrik
Silva, ex-Palmeiras, foram duas delas.
O problema é que a janela de inscrições da Série B se encerra na
próxima segunda-feira. Na correria, a direção trabalha para trazer os
últimos reforços. É inegável que, numa situação como essa, o índice de
erros tende a ser maior, embora Geninho esteja confiante no acerto de
peças que possam ajudar mais do que atrapalhar. “Acho que pode dar
certo”, minimizou o treinador.
Um dos jogadores que estão para fechar com o clube é o centroavante
Neto Baiano, esquecido há algum tempo no elenco do Goiás. Ele deve ser
anunciado oficialmente hoje. E deve atuar amanhã, contra o Bragantino,
pela Série B. “Vamos tentar fazer com que esses jogadores voltem a jogar
bem aqui. Não tem outro jeito. O mercado está difícil”, contou Geninho.
Trazer gente nova num grupo estabelecido – tido como bom para a
Segundona – e ser o supersincero da vez têm seus percalços. Com
históricos recentes de desavenças, de grupos “A e B” que não se bicam –
entre outras situações que fogem à esfera profissional como ela deve ser
pautada –, Geninho vai passar por um teste duro. E mãos de ferro,
nesses casos, é essencial, sob pena de ser engolido. É assim no futebol
com os treinadores que não assumem toda a culpa em público.
Sintomática nestes momentos ruins são as cobranças entre os atletas.
Todos querem se salvar de um fiasco. Após o jogo contra o Libertad,
Marcos Aurélio não poupou os companheiros. E, mesmo que de forma
equilibrada, pediu mais atenção. “Em alguns momentos, tem jogos que nem
estão difíceis para nós e tomamos o gol. Temos de ter atitude. Não
podemos mais perder por vacilos nossos”, afirmou.
Do Jornal do Commercio.
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