O rubro-negro mais supersticioso deve ter pressentido o pior quando os refletores da Ilha do Retiro se apagaram antes da hora. A paralisação por queda de energia logo no início do jogo pareceu um sinal. De fato, a noite seria sombria para o Sport. O empate em 1 x 1 com o Coritiba foi amargo. Trouxe consigo o peso de um rebaixamento cada vez mais próximo. A seis rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, a vice-lanterna é um fantasma dos mais assombrosos. Muito dura a distância de cinco pontos para o Botafogo, primeiro time fora da degola, em 16º, com 35. Domingo, é dia de Clássico dos Clássicos nos Aflitos. O Sport está na UTI.
Jogo - Mal a bola começou a rolar e a partida foi paralisada, logo aos 2 minutos. Uma queda de energia deixou todos na ansiosa espera por 23 minutos. Tempo mais que suficiente para esfriar jogadores e torcida. No retorno, um jogo amarrado, truncado. Apesar do esquema ofensivo armado por Péricles Chamusca, o meio campo do Sport esteve sem inspiração no primeiro tempo. Os responsáveis pela criação - Luciano Henrique, Fininho e Fabiano – não funcionaram como o esperado. Tanto que Hamilton apareceu diversas vezes no campo ofensivo. Organizar o jogo definitivamente não é sua função.
O gol rubro-negro só poderia mesmo sair numa bola parada. Após escanteio cobrado por Dutra, Fabiano – como de costume – apareceu bem na área. Cabeçada indefensável, ao estilo Fabiano, o artilheiro do Sport na competição. Foi seu oitavo gol.
Em desvantagem no placar, o técnico Ney Franco decidiu mexer no Coritiba. Saiu o zagueiro Pereira para a entrada de Renatinho. Menos pela mudança e mais por um lance individual, o Coxa chegou ao empate. De trivela, o lançamento de Jaílton foi uma obra prima. Suficiente para desmontar a defesa rubro-negra. Na sequência, Ângelo serviu Ariel. O argentino então girou bem, na frente de César, antes de fuzilar Magrão. Foi com ar de preocupação que o torcedor leonino viu seu time descer para o intervalo.
Pressionar a qualquer custo deve ter sido a ordem de Chamusca no vestiário. Desde o início do segundo tempo, o Sport passou a encurralar o adversário. Principalmente com bolas alçadas na área, quase sempre pelo lado esquerdo. Pelo direito, porém, Ciro encontrou Wilson em ótimas condições. A conclusão do lance é que deixou a desejar. Um lampejo de craque de Durval também arrancou suspiros da torcida leonina. Mas após deixar dois marcadores na saudade, ele acabou traído pelo gramado.
O Coritiba se limitou a defender. Os dedos de uma mão sobram para enumerar o número de investidas da equipe ao ataque. No fim das contas, porém, não adiantou a pressão do Sport. Não adiantou martelar, martelar e pecar nas finalizações. O 1 x 1 teve ar de desastre na Ilha do Retiro.
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