No gol que marcou contra o Náutico, atacante ganhou confiança para brigar por uma vaga no time titular.
A fase atual pode não ser das melhores, mas a estrela de Ciro parece não parar de brilhar. Saiu do banco de reservas para marcar um gol decisivo. Num lance anterior, havia desperdiçado uma chance certa. No segundo, bastante parecido, não perdoou. Um tento bem ao seu estilo. Acreditou no lance, não desistiu. Bola na frente e chute seco, forte, indefensável. O goleiro adversário nem teve tempo de ir nela.
Foi o 56º gol de Ciro com a camisa do Sport. E ele comemorou exatamente como o primeiro. Abriu os braços, correu pelo campo e chorou. A emoção regada a lágrimas que já virou sua marca registrada. Mas que em 2011 ganhou um fator a mais: a morte do pai no final do ano passado. Desde então, sempre que balança as redes, o atacante lembra daquele que foi o seu grande incentivador no mundo do futebol. “Dedico esse gol a ele”, disse, após a partida.
Ontem, assim como todo o elenco rubro-negro, Ciro procurou curtir seu dia de folga. Para o jogador de futebol, é dia de realizar atividades rotineiras. Para o atacante, foi dia de dar uma passada no supermercado e reabastecer a despensa de casa. Não passou incólume. Recebeu abraços e cumprimentos dos torcedores rubro-negros. Agradecimentos pela alegria proporcionada no dia anterior. Até mesmo em casa, na garagem do prédio, vizinhos paravam para dar os parabéns.
A emoção e as cenas do jogo ainda pareciam dominar o jogador, um dia depois da partida. “Foi uma emoção diferente”, admitiu Ciro, que vê no gol marcado um motivo para “continuar acreditando”. Em quê, é questionado. E ele responde, num desabafo. “Muita gente não acreditava mais em mim. Mesmo assim continuei trabalhando. Fui lá e mostrei que ainda posso contribuir para o Sport”, afirmou.
Da conversa com a psicóloga Suzy Fleury, contratada pelo Sport para a reta final do campeonato, Ciro tirou ensinamentos importantes. Não só para o momento, mas para o resto da vida, que sofreu uma grande reviravolta há tão pouco tempo. “Ela mostrou que tem que confiar em você mesmo e nunca desistir das coisas”, contou. E assim foi no gol marcado no clássico. Se errou no primeiro lance, foi atrás no segundo e teve sucesso. Se for assim também na vida, tem tudo para se tornar, finalmente, uma realidade.
Alexandre Barbosa - Diario de Pernambuco
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