Dirigentes de Náutico e Sport pedem paz no domingo

Dentro de campo, o Clássico dos Clássicos sempre teve e terá um clima de “guerra”. Fora das quatro linhas, no entanto, é preciso prevalecer a paz e o bom senso. No domingo, não foi bem isso que aconteceu. Os jogadores fizeram sua parte. A partida foi limpa e eletrizante. Por outro lado, o extracampo foi lamentável. Brigas entre torcidas, policiais agindo com truculência e dirigentes exaltados sem medir as palavras. A seis dias da partida de volta, nos Aflitos,  o momento é de clamar por uma batalha leal e pacífica. Com a palavra, os dirigentes.

O presidente do Náutico, Berillo Júnior, ainda não esqueceu os fatos acontecidos durante e após a derrota para o Sport. No entanto, o mandatário Timbu amenizou o discurso - chegou a lembrar, em tom de ameça, que os rubro-negros esqueceram que haveria o jogo de volta. Ontem, ele garantiu que os rivais serão bem tratados nos Aflitos. “Não posso deixar de pontuar que fomos maltratados na Ilha e não foi a primeira vez. O estádio não oferece segurança e já entramos com uma ação para provar isso. A polícia também teve uma atitude lamentável com nossa torcida. Só que não vamos agir dessa forma. Temos educação e vamos receber a diretoria e os torcedores do Sport com muito respeito e tratá-los da melhor maneira possível.”

Pelo lado rubro-negro, o presidente Gustavo Dubeux se defendeu das acusações. “Recebemos o Náutico com muito carinho. Demos um ótimo espaço para eles assistirem o jogo. Conversei com o vice-presidente do clube (Paulo Wanderley) e acho que ele me entendeu sobre o incidente da iluminação. Quero registrar que não faltou luz nos vestiários, mas sim na parte externa. Resolvemos antes de o Náutico deixar o estádio. Sobre a grade que danificou o ônibus deles, não acredito ter sido algo feito pela torcida do Sport, mas se for o caso, assumiremos o prejuízo.”

O coordenador do Juizado Especial do Torcedor do Estado de Pernambuco (Jetep), Ailton Alfredo de Souza, confirmou ontem que haverá uma reunião, na quinta-feira pela manhã, para avaliar os acontecimentos do último Clássico dos Clássicos. No encontro também será feito um planejamento de atuação para o jogo do próximo domingo. “Vamos apurar tudo que aconteceu e punir os culpados, caso existam”, disse.

Ameaças

Mesmo com os dirigentes de Sport e Náutico pedindo paz, o clima dos bastidores entre as torcidas não parece nada amistoso. Pelo contrário. Nas redes sociais da internet,as ameaças acontecem. A torcida alvirrubra, por exemplo, iniciou um movimento intitulado “Agora é Guerra”, onde chega ao absurdo de incentivar a depredação do ônibus do rival, solicitar que o veículo não entre no clube e pedir que a diretoria ofereça as condições mínimas nos vestiários para os visitantes. Pelo lado do Sport, as provocações seguem a mesma linha. “Podem ameaçar, mas na hora da porrada vocês saem correndo.” A polícia já tomou conhecimento das ameaças e prometeu iniciar investigações para identificar essas pessoas. 

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