Arena Sport é aprovada por esmagadora maioria em assembleia geral
O projeto da Arena Sport e todo o complexo empresarial, comercial e esportivo numa Ilha do Retiro inteiramente nova foi aprovado pela esmagadora maioria dos associados na assembleia-geral do Sport na noite desta quinta-feira. Dos 630 presentes (número informado pelo clube), contavam-se nos dedos as pessoas que se opuseram, e assim será formada uma comissão de três indicados pelo Conselho Deliberativo e dois pela presidência para aprofundar o projeto. A assinatura do contrato só será feita pelo presidente executivo após novas auditorias e o licenciamento junto à Prefeitura do Recife, etapas que devem durar um ano.
O planejamento do Sport, caso tudo transcorra normalmente, é demolir toda a atual Ilha do Retiro em meados de 2012 e iniciar então as obras. Partindo dessa data, a arena e a sede social do clube serão entregues após mais 30 meses, e as demais instalações do complexo ficarão prontas meio ano depois disso.
O projeto do complexo, desenvolvido pela empresa Plurisports e aprovado preliminarmente no Conselho Deliberativo no dia 17 de março, oferece modernidade e um substancial reforço nos recursos do clube. O Sport terá participação de 12% nas receitas geradas nos prédios empresariais. "Hoje o Sport fatura pouco mais de R$ 21 mil com alocações. Nas minhas contas, esse valor será de R$ 450 mil por mês", afirmou o presidente Gustavo Dubeux.
Paralelamente, o clube vai faturar com shows, restaurantes e novos camarotes (além dos atuais), recebendo um percentual variável ao longo dos 30 anos de contrato: 7% durante os dez primeiros anos, 15% dos 10 aos 20 anos, e 25% dos 20 anos até o encerramento. Na média das três décadas, 16%. Neste tempo, a bilheteria do futebol continuará sendo toda do Sport.
UMA VOTAÇÃO DIFERENTE
Após vários discursos, muitas explicações, alguns questionamentos e inclusive o pedido de adiamento da votação feito pelo ex-presidente Homero Lacerda, os sócios rubro-negros fizeram uma votação relâmpago no salão social do clube. Aqueles que não aprovassem o projeto deveriam se levantar. O ex-presidente Sílvio Guimarães e uma quantidade irrisória de outros sócios se levantaram, e a votação foi dada como encerrada. Guimarães ainda protestou, mas não conseguiu abafar os gritos de cazá-cazá dos esperançosos rubro-negros.
APRESENTAÇÃO E DEBATE
Antes da votação, em pouco mais de duas horas, o projeto completo foi apresentado pelo presidente Gustavo Dubeux aos associados, com direito à primeira exibição do vídeo oficial do novo complexo (veja abaixo); o diretor administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Jr, convidado pelo Sport, falou das vantagens de construir uma arena, algo que o seu clube está fazendo.
ABRE ASPAS
"Nós elegemos homens responsáveis para dirigir o Sport e neles confiamos" — Branquinho, ex-presidente e atual vice-presidente de futebol. "Vamos discutir de forma que tenhamos a certeza de que não estamos entrando numa aventura. Me conceda uma fiança bancária para o clube. Queremos seguro" — Fernando Pessoa, ex-presidente. "Sport não pode ficar atrás de ameaças do mundo moderno que querem transformá-lo num coliseu" — Luciano Bivar, ex-presidente e atual presidente do Conselho. "Não podemos deixar de avançar porque isso seria prova de incompetência. Estou convencido de que projeto tem a cara do Sport" — Adalbeto Guerra, ex-vice-presidente, que antes era contra o projeto.
"O projeto é ilegítimo e o processo tem que ser racional. Precisamos examinar outros projetos" — João Baltar Freire, sócio. "O Sport vai passar cinco anos sem casa. (...) Vai receber 7%? Um garçom recebe 10%" — Homero, ex-presidente, que questionou prédios e hotel e pediu o adiamento da votação. |
Em seguida, vários rubro-negros, de sócios a ex-presidentes, tiveram a oportunidade de falar na assembleia. Os ex-presidentes Jarbas Guimarães, Severino Otávio (o Branquinho), Luciano Bivar, atual presidente do Conselho Executivo, e até o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Carlos Alberto Oliveira, se posicionaram a favor.
Da parte contrária à arena nos moldes que foram propostos, os ex-presidentes Homero Lacerda e Fernando Pessoa, o sócio João Baltar Freire, entre alguns outros associados que, sobretudo, fizeram questionamentos.
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