Atordoado com o gol, o time visitante não conseguia encaixar sua marcação. Os dois meias, Eduardo Ramos e Cascata jogavam muito adiantados e isolados. A dupla Elicarlos e Souza recuada demais e apenas Derley para fazer a transição. Nesse mesmo setor o Sport aparecia com Diogo, Marcelinho e Jheimy, sempre com a tarefa de recompor.
Volante Souza marcou o primeiro gol do Náutico. Foto: Rodrigo Lobo/JC Imagem
Nem mesmo o mais otimista torcedor do Sport esperava um placar tão dilatado num período de tempo tão curto. Talvez nem mesmo os próprios jogadores. Assim, o time rubro-negro optou por explorar mais os contra-ataques. Passou a marcar atrás do círculo central. E mesmo com mais campo o Náutico ainda mostrou-se extremamente desordenado. Muito disso pela falta das duas válvulas de escape de qualquer time: as laterais. Tanto João Ananias quanto Jefferson não deram opção de jogo. Com o meio congestionado, o jogo chegou a ficar mais truncado do que deveria.
De insistir pelo meio, Siloé foi derrubado por Montoya bem perto da meia-lua. Souza foi para a cobrança e bateu com perfeição, no ângulo direito de Magrão. A redução do prejuízo alvirrubro não mudou o panorama da partida. O Náutico continuou preso na marcação bem montada do Sport. E os donos da casa só tentavam atacar na boa. Jogada digna de registro somente outra cobrança de falta por Souza, aos 32, que passou raspando a trave esquerda.
Na volta para ao segundo tempo, o técnico rubro-negro voltou com o lateral-direito Renato no lugar de Jheimy. A alteração provocou mudanças nos três setores. Renato e Thiaguinho renovaram entre a lateral e o meio e Marcelinho foi para o ataque. Na teoria, os dois times estavam "espelhados" - ambos no sistema 4-5-1.
Na prática foi um pouco diferente. Sem a bola, todo time do Sport recuava para seu campo de defesa, até mesmo o único atacante de ofício, Roberson. Mas quando saía para o ataque, Renato, Thiaguinho e Marcelinho faziam companhia para o camisa nove. O que faltou, de um lado e de outro, foi acertar o passe final. Isso só poderia mudar com uma jogada de bola parada bem feita. E ela aconteceu aos 15 minutos para o lado vermelho e preto. Marcelinho bateu escanteio e Tobi, de voleio, chutou para a bola bater na trave e entrar.
Depois do gol, Waldemar Lemos foi para o tudo ou nada. Acionou o jovem atacante Berger no lugar do meia Eduardo Ramos. Já Mazola tirou Diogo e colocou Moacir. Curiosamente foi depois do gol que o Sport adotou um posicionamento menos cauteloso. Marcelinho e Roberson jogaram mais perto da área do Náutico e os rubro-negros chegaram a dar espaço para contra-ataques do rival. Numa cobrança de escanteio, Berger completou entre as pernas de Magrão mas Rivaldo estava atento para salvar a poucos centímetros da linha fatal.
Aos 25 minutos, a situação vislumbrou-se complicada para o Sport. Montoya fez falta em Siloé e levou o cartão amarelo. Como já fora advertido anteriormente terminou expulso. Na sequência, o timbu conseguiu mais um gol, aos 29. Jefferson cortou da lateral para o meio e de pé trocado acertou uma bomba. Depois de brilhar, o lateral alvirrubrou literalmente apagou-se. Fez duas faltas seguidas e tomou o segundo amarelo. Apenas cinco minutos depois do Sport o Náutico também ficava com dez em campo.
Com muito espaço e os jogadores mais desgastados o ritmo da partida caiu. Essa situação favorece quem está se defendendo. Nesse caso foi o Sport, que manteve sua barreira - Thiaguinho não partia mais quando o time tinha a posse de bola. E numa jogada despretensiosa o Náutico chegou perto no placar. Lenon arriscou de longe, a bola desviou na defesa do Sport e, mesmo não sendo tão forte, entrou no canto direito, já que o goleiro Magrão estava adiantado.
Até o apito final, o time dos Aflitos tocou a bola dentro do campo de defesa do rival, que limitou-se a dar chutões para a frente e esperar o tempo se esgotar.
Ficha do jogo
Sport: Magrão; Thiaguinho, Montoya, Tobi e William Rocha; Hamilton, Rivaldo, Diogo (Moacir) e Marcelinho Paraíba (Wagner Silva); Roberson e Jheimy (Renato). Técnico: Mazola Júnior.
Náutico: Gideão; João Ananias (Lenon), Ronaldo Alves, Marlon e Jefferson; Derley, Elicarlos, Souza, Eduardo Ramos (Berger) e Cascata; Siloé. Técnico: Waldemar Lemos.
WALDEMAR LEMOS...
Nenhum comentário:
Postar um comentário