O Sport iniciou o jogo com a receita correta para um time que joga fora de casa: procurou marcar longe de seu gol e valorizar a posse de bola. Porém, uma falha até certo ponto esquisita fez a boa postura dos pernambucanos caírem por terra. Aos sete minutos, Marciano cruzou da esquerda. Tóbi tirou uma "casquinha". Magrão estava na linha da bola mas Gabriel antecipou-se e, como se estivesse atacando, mandou contra as próprias redes.
Mesmo atrás no placar, os visitantes mantiveram a postura. Mantiveram a posse de bola e sempre fora do campo de defesa. O problema é que o jogo ficava sobrecarregado em Marcelinho Paraíba, sempre bem marcado. Com isso, o passe final ficou comprometido e os atacantes não finalizavam.
Somente na bola parada a situação melhorou. Aos 22 minutos, Júnior Viçosa sofreu falta perto da meia-lua. Marcelinho Paraíba foi para a cobrança e bateu com perfeição, no canto esquerdo. Pouco antes, Guto acertara o travessão de Magrão numa esporádica subida ao ataque dos cearenses. Logo no minuto seguinte, Willians encontrou Júnior Viçosa livre. Ele ajeitou a bola e chutou muito fraco, fácil para defesa de Pitol.
O jogo ficou equilibrado e um lance aos 27 minutos mudou toda história. Thiaguinho machucou-se e Renato entrou. Apenas dois minutos depois, Preto completou cruzamento da direita. A bola ainda bateu em Magrão antes de Gabriel tirar na altura da linha fatal. A arbitragem julgou que a bola cruzara a linha e marcou o segundo gol do Icasa.
O segundo gol do Icasa foi o estopim para a vertiginosa queda de rendimento dos leoninos. Com Saci em má jornada desde o início e a entrada de Renato completamente fora de sintonia com o jogo limitaram as ações ofensivas e, por tabela, facilitaram o adversário. A marcação voltou a ficar muito distante e o Icasa encontrou muito espaço pelo miolo da defesa do time pernambucano.
O que se desenhava na reta final do primeiro tempo virou realidade no segundo. O Sport completamente desarticulado no setor de meio de campo e o Icasa tomando conta do jogo. Os jogadores leoninos marcavam à distância, aliás, o que têm feito durante boa parte da competição. Em alguns momentos era bem claro ver um atleta do Icasa tocar até três vezes na bola sem que nenhum rubro-negro fizesse pressão.
Mas o Icasa também tinha suas falhas. E a maior dela foi a pouca ambição em finalizar as jogadas. Nas poucas vezes que o fez foi fora da área, sem grande dificuldade para Magrão. Mesmo com a dificuldade flagrante no meio de campo o técnico PC Gusmão resolveu mexer no setor ofensivo. Paulista entrou no lugar do apagado Júnior Viçosa. Aos 18 ele mexeu no meio. Mas preferiu um jogador de marcação (Rithely) a outro que tem um passe mais redondo (Maylson). O panorama não mudou.
O time da casa não tinha nada com a história e se aproveitou do jeito que pôde. Aos 21 minutos, Dodó entrou no meio da defesa pernambucana do jeito que quis e chutou com perigo, raspando o travessão. Sete minutos depois, Naldinho cricou uma boa situação. Naldinho roubou a bola no campo de ataque e rolou para Paulista. Ele chutou em cima da zaga e, no rebote, Renato mandou no goleiro, que defendeu em dois tempos.
De resto, o time da Ilha só conseguia alguma coisa nas faltas ao lado da área. O Icasa esbarrou em suas limitações técnicas para conseguir um placar mais folgado. Até mesmo em contra-ataques no mano a mano os cearenses se enrolavam. E o castigo veio aos 43. Paulista sofreu a falta perto da meia-lua, na mesma imediação onde Marcelinho fizera o primeiro gol. Pois o lance se repetiu. O paraibano foi para a cobrança e mandou no canto direito. Marcelo Pitol nem se mexeu.
Ficha do jogo:
Icasa: Marcelo Pitol; Osmar (Guto), Ramon, Everaldo e Janílson; Luiz Henrique, Dodó, Marino e Diego Palhinha; Marciano (João Sales) e Preto (Diogo França). Técnico: Márcio Bittencourt.
Sport: Magrão; Montoya, Tobi (Rithely) e Gabriel; Thiaguinho (Renatinho), Hamilton, Naldinho, Marcelinho Paraíba e Wellington Saci; Júnior Viçosa (Paulista) e Willians. Técnico: PC Gusmão.
Local: Estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte (CE). Árbitro: José de Caldas Souza (DF). Assistentes: Carlos Emanuel Manzolillo (DF) e José dos Santos Xavier (PI). Gols: Gabriel (contra), aos sete; Marcelinho Paraíba, aos 22; Preto, aos 29 minutos do primeiro tempo. Marcelinho Paraíba, aos 43 do segundo. Cartões amarelos: Hamilton e Tobi.
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