Da água para o vinho. Assim pode se dizer que foi a transformação do Sport nos 18 dias que se passaram desde a conquista do pentacampeonato estadual, em cima do Náutico. No último sábado, a goleada para a ASA/AL, por 4x1, escancarou de vez o inferno astral em que o Leão se encontra neste início de Série B, com apenas um ponto conquistado em três rodadas. O cenário, que já era alertante, ficou ainda pior com a decisão do treinador Givanildo Oliveira de entregar o cargo, logo após o termino da partida. Mas a diretoria rubro-negra, em consenso com o clamor do elenco leonino, negou o pedido do técnico e optou pela sua permanência no cargo. Um verdadeiro balança, mas não cai.
O anúncio foi feito pelo próprio treinador, que, logo depois da derrota por 4x1, conversou com o presidente do clube, Sílvio Guimarães, e com o elenco, informando a decisão. “Só tenho a dizer que entreguei o cargo. O presidente pediu um tempo e vou esperar para ver o que eles (jogadores) querem”, comunicou Givanildo, deixando claro que a decisão poderia ser revista.
O tempo pedido pela cúpula rubro-negra não foi longo e ontem pela manhã a decisão já estava tomada: Givanildo continua. “Ele fica. Nós da diretoria achamos que seria precipitada a sua saída e os jogadores também não achavam que era ele o problema. Nós não o víamos como culpado. Acho que os jogadores precisam ter uma atitude diferente, pois qualidade eles têm”, esclareceu o diretor de futebol do Sport, Francisco Gerra. O cartola rubro-negro disse também que houve uma conversa com os jogadores para uma mudança de postura, principalmente por se tratar de uma competição de mais pegada como a Série B.
A entrega do cargo feita por Givanildo Oliveira não era esperada pelos dirigentes do clube. Segundo Francisco Guerra, todos foram pegos de surpresa. “Não era esperada essa decisão de Givanildo, assim como não esperávamos a derrota para a ASA/AL. Mas essa é a nossa decisão, e nós comunicamos a ele que ninguém queria que saísse. Agora, nós temos que aprender com os erros”, falou. Sobre possíveis mudanças mais radicais no grupo de jogadores da Ilha do Retiro, Guerra disse que não há em mente nenhum tipo de dispensa ou afastamento de atletas, mas que mudanças podem acontecer. “Pontualmente podem acontecer uma ou duas dispensas, mas nada de lista nem nada. Isso seria só no caso da chegada de reforços, esse tipo de cenário”, disse Guerra.
Envergonhados com a campanha negativa, os atletas também abraçaram a campanha “Fica Givanildo”, na qual o discurso principal - e ensaiado - é a insenção de culpa do treinador em relação aos maus resultados. “O time está com vergonha e assume toda a responsabilidade, pois não apresentamos o futebol esperado”, afirmou o zagueiro e capitão Igor, seguido pelos companheiros. “Givanildo sempre esteve ao nosso lado e queremos nos reabilitar com ele”, completou o meia Eduardo Ramos.
De fato, as declarações dos jogadores transparecem a sensação de que o grupo está fechado com Givanildo. Um bom exemplo disso foram as declarações do atacante Ciro, garantindo que os jogadores não iriam abandonar o treinador. “Ficamos muito emocionados quando ele pediu para sair, então os jogadores estão dando a cara à tapa e assumindo a responsabilidade”, revelou. A opinião de Ciro foi reforçada pelo goleiro Magrão, um dos poucos perdoados pela torcida. “É preciso ajustar os erros o mais rápido possível para não ser mais prejudicial”, falou o arqueiro. Amanhã, o time rubro-negro já tem mais um compromisso pela Série B: o Icasa/CE, na Ilha do Retiro, às 21h50.
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