Apesar da péssima fase, mais de 6 mil foram ao
estádio (Foto: André Casado / Globoesporte.com).
Grupo se posicionou nas cadeiras sociais de São Januário e, após o
segundo gol do Sport, foi expulso do estádio e seguiu direto para a
delegacia.
Os protestos da torcida do Vasco, fato já recorrente em São Januário no
segundo turno do Campeonato Brasileiro, ganharam ares de caso de
polícia neste domingo, após a derrota por 3 a 0 para o Sport (veja os melhores momentos).
Um grupo pertencente a uma organizada se posicionou nas cadeiras
sociais do estádio, a exemplo do jogo contra o Inter, há dez dias, e
reclama de ter sido expulso por seguranças do clube após intensificar as
críticas no segundo tempo, pouco depois do segundo gol marcado pelo
time adversário.
Ao se recusarem a sair, por serem sócios e terem pago ingresso, eles
alegam que foram agredidos. Dois foram direto para a 17ª Delegacia de
Polícia, em São Cristóvão, para prestar queixa contra supostos furtos de
celulares daqueles que estavam tentando filmar a ação e, depois do
registro da ocorrência, serem encaminhados ao IML para fazer exame de
corpo de delito. De acordo com o presidente da torcida, Davidson de
Mattos, a Polícia Militar até evitou o pior ao improvisar um corredor
para que a saída fosse menos confusa.
Protesto dos torcedores teve cartazes com diversas críticas (Foto: Thiago Lontra / Agência O Globo)
- Fizemos um protesto pacífico, ninguém xingou, só falou da péssima
administração. Além das agressões, segundo eles a mando do presidente
(Roberto Dinamite). Foram roubados alguns dos celulares do pessoal. O
mais incrível é que o Gepe teve que abrir espaço para sairmos. Queriam
impedir nossa circulação no estádio, mas isso não existe, não vamos
aceitar - afirmou Davidson, historiador de 46 anos, que é
sócio-proprietário do Vasco.
Entre os cartazes levados à Colina, havia inscrições como "Bombeiro não
é diretor", em alusão a Daniel Freitas, que comanda o departamento de
futebol em 2012, "Dinamite + Eurico = destruição do Vasco", sobre uma
possível aliança entre os rivais políticos. Do outro lado, na
arquibancada, apesar do apoio à equipe enquanto houve possibilidade de
vitória, muitos levaram narizes de palhaço precavidos para o pior. O
atacante Eder Luis foi muito vaiado ao ser substituído. Juninho e
Tenorio, como de costume, foram poupados. Houve gritos irônicos de olé
nos minutos finais e até aplausos ao terceiro gol do Leão.
Diante da péssima fase, redução a quase zero das chances de se
classificar à Libertadores de 2013 e iminente saída do técnico Marcelo
Oliveira, a presença de público até foi razoável (3.809 pagantes e 6.569
presentes) neste domingo. Os confrontos com Portuguesa (2.464 pagantes)
e Palmeiras (1.996), ambos em setembro, registraram menos gente.
- Se ele (Roberto Dinamite) pensa que vai mudar alguma coisa fazendo
isso, está enganado. Vamos voltar contra o Atlético-MG e fazer o mesmo -
prometeu Davidson, sobre o jogo de domingo que vem, o último do Vasco
em sua casa na competição nacional.
Procurado para se manifestar a respeito das acusações, Dinamite manteve
seu telefone celular desligado durante a noite. Ele não presenciou a
situação, pois preferiu assistir ao jogo de sua sala.
Por André Casado
Rio de Janeiro - GLOBOESPORTE.
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