Para quem precisava do resultado, o Sport começou o jogo dando campo demais para o Botafogo jogar. Apesar de os três atacantes escalados por Sérgio Guedes poderem marcar a saída de bola, o posicionamento foi no meio de campo. Assim, o time carioca trocava passes com relativa tranquilidade até a linha divisória do gramado.
Essa liberdade também traduziu-se no volume de jogo ofensivo. Os botafoguenses jogaram mais perto da área leonina e criaram condições de finalização. A maioria delas de fora da área e sem dar trabalho ao goleiro Saulo. A partir dos 14 minutos, o Sport adiantou um pouco a marcação e passou a levar vantagem.
Vantagem também na hora de criar. Em três oportunidades, o time da Ilha chegou com perigo, sempre usando a cabeça. A primeira com Hugo - desviou em Lucas e saiu. A segunda com Aílson - Jefferson fez grande defesa. E a terceira com Tobi - mandou para fora.
O Botafogo se encolheu em seu campo e o Sport tomou conta da bola. Quase que exclusivamente pelo lado direito, o time da casa passou a criar suas melhores jogadas, tendo como ponto forte o trio Cicinho - Moacir - Felipe Azevedo. A falha era justamente finalização.
O alvinegro só voltou a dar sinal de vida num erro de Diego Ivo, aos 34. Ao sair jogando mal ele armou o ataque adversário, que desencadeou uma série de três finalizações seguidas. Nas duas primeiras, os defensores rubro-negros abafaram. Na última, Andrezinho mandou por cima.
Aos 42 minutos, o Leão perdeu a melhor oportunidade da etapa inicial. Cicinho cruzou da direita e Antônio Carlos tentou cortar de calcanhar. Não achou a bola, que encontrou o meia Hugo. De pé direito, o que não é o bom, o camisa 80 chutou e acertou de canela. A bola foi longe do gol.
Na volta para o segundo tempo foi o Botafogo quem assustou. E logo aos 30 segundos. Num raro momento de inspiração, Seedorf cruzou da direita e Lucas cabeceou para a pequena área. Bruno Mendes não concluiu por pouco. O Sport reagiu novamente numa bola parada. Reinaldo bateu falta com categoria e Jefferson voou para salvar o Botafogo.
Por ironia, os pernambucanos usaram a principal arma do adversário para superá-lo: o contra-ataque. Aos 12 minutos, Felipe Azevedo lançou Henrique. Jefferson saiu para fechar o ângulo e ele serviu Gilberto. O camisa 9 só teve o trabalho de empurrar para o gol vazio.
Em desvantagem e também com a necessidade de vencer, o Botafogo foi para cima. O técnico Oswaldo de Oliveira tirou Renato para acionar o atacante Fellype Gabriel. Como o Sport também não abriu mão de tentar o segundo gol a partida ficou mais aberta. E perigosa para os dois lados.
O Sport teve uma ótima chance com Felipe Azevedo, aos 16 mas ele chutou em cima de Jefferson. O Botafogo arriscou mais em jogadas pelos lados do campo mesmo sem um jogador de referência na área. Aos trancos e barrancos, a defesa rubro-negra conseguia afastar o perigo.
O técnico Sérgio Guedes decidiu reforçar o meio campo com a entrada de Felipe Menezes no lugar de Felipe Azevedo. O time pernambucano ficou cada vez mais entrincheirado em seu campo defensivo. Na pressão botafoguense, o árbitro ajudou o Sport ao não marcar um pênalti claro de Tobi em Lodeiro aos 37 minutos.
O desafogo só veio aos 44. Depois de duas intervenções erradas, Felipe Menezes fez boa jogada pela esquerda e serviu Henrique. Ele teve tranquilidade para chutar no canto direito de Jefferson e sacramentar a vitória.
Ficha do jogo:
Sport: Saulo; Cicinho, Bruno Aguiar, Aílson e Reinaldo; Tobi, Moacir e Hugo; Gilsinho (Henrique), Gilberto (Willians) e Felipe Azevedo (Felipe Menezes). Técnico: Sérgio Guedes.
Botafogo: Jefferson, Lucas, Antônio Carlos, Dória e Márcio Azevedo (Elkeson); Gabriel, Renato (Fellype Gabriel), Andrezinho, Seedorf e Lodeiro; Bruno Mendes. Técnico: Oswaldo de Oliveira
Local: Ilha do Retiro. Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG) Asistentes: Roberto Braatz (PR) e Fabiano da Silva Ramires (ES). Gols: Gilberto, aos 12 e Henrique, aos 44 do segundo tempo. Cartões amarelos: Cicinho.
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