domingo, 4 de novembro de 2012
No esquema com três atacantes, Sport dá banho no Vasco: 3 a 0
Felipe Azevedo, o veterano Hugo e Henrique marcaram os gols que
deixaram a torcida do Sport mais otimista e a do Vasco irritada - a
ponto de aplaudir o terceiro gol do adversário. A equipe pernambucana,
em 17º lugar, ainda ocupa o Z-4 da tabela, e está a um ponto do Bahia,
que enfrenta a Portuguesa. Ainda por cima, abriu vantagem de três pontos
sobre o Pameiras, 18º colocado, a quatro rodadas do fim. No próximo
domingo, o Leão volta a jogar fora de casa. A partida será no Orlando
Scarpelli, contra o Figueirense, que foi derrotado pelo Flamengo no
último sábado e é o penúltimo colocado, com 29 pontos. Depois, ainda
pega em casa Botafogo e Fluminense, e encerra a campanha fora, contra o
Náutico. Para o lateral Cicinho, o triunfo no Rio de Janeiro vai
devolver a confiança.
- É uma vitória para nos dar moral. Jogar contra o Vasco em São
Januário, na condição que o Vasco se encontra, precisando vencer, para
sonhar com Libertadores... Nós sabíamos das dificuldades. Priorizamos
muito a marcação e a saída rápida nos contra-ataques. Foi isso que fez
com que a nossa equipe conseguisse a vitória - disse o lateral, que
enquanto teve fôlego foi um dos melhores da equipe.
Com a sexta derrota seguida, o Vasco se manteve com 50 pontos ganhos e
vê o sonho da Libertadores se tornar quase impossível. Ocupa o sétimo
lugar na tabela, está a nove pontos do São Paulo, quarto colocado, e o
time não esboça a menor reação. No próximo domingo, volta a campo em São
Januário contra o Atlético-MG, vice-líder do Brasileirão. Depois, sai
para encarar o Coritiba e termina a campanha enfrentando Flamengo e
Fluminense no Engenhão. O meia Felipe não escondeu a decepção com mais
uma péssima atuação.
- A equipe se abalou com o primeiro gol que sofreu, não teve
personalidade, tranquilidade para mudar essa situação. Eu, como criado
aqui no Vasco, realmente peço desculpas aos torcedores, porque realmente
estou envergonhado com essa situação - afirmou o meia, que entrou na
segunda etapa e teve atuação discretíssima.
Sport superior
Vasco e Sport entraram em campo ofensivos para o pouco público de 3.809
pagantes e 6.569 presentes em São Januário, com renda de R$ 75.230,00.
Mas a equipe pernambucana se encaixou melhor no 4-3-3. Por isso, foi
superior e já saiu do primeiro tempo com a vantagem. O técnico Sérgio
Guedes preferiu armar o time com dois cabeças de área marcadores mesmo -
Tobi e Rithely - e o meia clássico - o veterano Hugo. Confiava também
que o lateral Cicinho, pela direita, ajudaria na armação de jogadas para
Felipe Azevedo, no mesmo lado, Gilberto, no meio da área, e Gilsinho,
pela esquerda, explorarem a velocidade para surpreender a defesa
vascaína.
Em casa, Marcelo Oliveira optou por um Vasco também no ataque. Tinha
apenas um volante tradicional - Nilton. Wendel, que sai mais um pouco
para o jogo, tinha a missão de auxiliar Juninho para servir Eder Luis,
Alecsandro e Tenório,. de volta após seis rodadas de ausência, se
recuperando de lesão. Mas nada isso aconteceu. Wendel foi apático, e o
time estava menos inteiro no meio-campo, ainda que tenha vencido nos
números na posse de bola - 62% a 38%.
Só que os números às vezes mentem. Tobi e Rithely iniciavam as jogadas
com mais velocidade para o Leão e faziam as vezes de meia. Felipe
Azevedo e Gilsinho abriam bem pelas pontas. Hugo se aproximava de
Gilberto na área. Foi assim que o camisa 80 deu o primeiro susto que
valeu - Tenório, pelo Vasco, havia explodido cabeçada no travessão, mas
estava impedido. Só que o meia do Sport estava em condição legal e bateu
bem de canhota pela meia direita. A bola desviou em Renato Silva e foi
para escanteio.
Gol do Leão
Pouco depois, Felipe Azevedo arrancou pela direita e centrou com perigo
para boa defesa de Prass. O Sport seguia na pressão ao Vasco até que
Alecsandro, dúvida para a partida, deu uma bela cabeçada para fora, com
perigo. Por sinal, o atacante, dos três, era, naquele momento, o que
mais aparecia efetivamente. Eder Luis não dava sequência às jogadas.
Tenório mostrava disposição, mas faltava ritmo de jogo.
Do outro lado, Gilsinho dava trabalho a Aurimar. Aos 27 minutos, ele
arrancou pela esquerda e bateu cruzado, obrigando o goleiro do Vasco a
fazer sua melhor defesa no primeiro tempo. No rebote, Cicinho, pela
direita, colocou rasteiro, para fora, com perigo.
A melhor opção que restava para o Vasco era com Juninho caindo pela
direita. E num lance assim, o meia recebeu de Auremir e centrou com
perigo para Alecsandro, que chegou atrasado no lance.
Juninho Pernambucano ficou só na criação do time (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco da Gama)
Se o Vasco só tinha o lado direito para atacar - William Matheus ficava
preso com os avanços de Cicinho -, o Sport alternava. E foi pela
esquerda que iniciou a jogada do gol. É verdade que Gilsinho roubou a
bola com falta, não marcada pelo árbitro. E Hugo se aproveitou da defesa
do Vasco adiantada para rolar com açúcar e com afeto para Felipe
Azevedo. O camisa 11 recebeu livre, em condição, tirou Fernando Prass da
jogada e mandou para as redes, aos 39 minutos.
O Vasco ainda tentou o empate no fim da primeira etapa, quando Tenório
mergulhou com a zaga do Sport para cabecear. Saulo fez a defesa mais
bonita do primeiro tempo e fez justiça à melhor equipe nos primeiros 45
minutos. E tome vaias para o Vasco.
Sport amplia
Marcelo Oliveira mexeu no time cruz-maltino. Sacou William Matheus para
pôr Felipe. Com isso, Wendel caiu para o lado esquerdo, na tentativa de
impedir os avanços de Cicinho. Mas a defesa, como no primeiro gol,
cochilava. Gilsinho até errou o passe, mas Renato Silva tratou de
falhar, e a bola quase sobrou limpa para Hugo.
Era um aviso. Com Felipe no meio ao lado de Juninho, só Nilton marcava.
Ficou mais fácil ainda para o Sport partir para o contra-ataque. Foi
assim logo aos 7 minutos. Felipe Azevedo arrancou pela direita e centrou
no meio da área. Gilberto rolou de calcanhar para trás, e Hugo colocou
com categoria, sem defesa: 2 a 0 para o Leão, para felicidade dos poucos
torcedores do clube pernambucano presentes em São Januário.
O técnico do Vasco voltou a mexer. Trocou Auremir, fraco na marcação e
no apoio, para pôr Fellipe Bastos improvisado. Depois, sacou Eder Luis e
lançou Pipico. Nada dava certo. A torcida mostrava irritação com o
time, que não esboçava muita reação. Alecsandro dominou na entrada da
área aos 21 e bateu torto, para fora.
Juninho Pernambucano, solitário, não conseguia mais criar. Com os 2 a
0, o Sport só ia na boa. O Vasco tentava reagir. Wendel, pela esquerda,
levou perigo a Saulo, que fez boa defesa. O técnico do Leão, Sérgio
Guedes, que já havia trocado Gilberto por Moacir, poupou Cicinho para
botar Renato. Depois, sacou Felipe Azevedo, um dos melhores do time mas
cansado, para pôr Henrique. Que, aos 41, ainda teve tempo de marcar o
terceiro gol. O atacante escorou centro de Reinaldo, que tomara a bola
de Pipico. O presidente do Vasco, Roberto Dinamite, nas tribunas,
mostrava desolação. A torcida, irritada com a equipe, aplaudiu o
adversário. E o Sport saiu como gigante na Colina. O Vasco precisa
reagir.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário