sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Com gol do vaiado Juninho, Vasco bate Sport na Ilha e dorme líder
Ao voltar à Ilha do Retiro após 13 anos, Juninho viveu a expectativa de
receber o carinho no estádio onde viu nascer seu futebol. Mas foi
vaiado e xingado por boa parte da torcida do Sport, antes e durante o
jogo. Se ficou chateado com a reação vinda do lado rubro-negro da
arquibancada, o meia pôde vibrar com a parte cruz-maltina. Marcou um
belo gol de falta, no segundo tempo, e abriu o placar na vitória por 2 a
0 do Vasco, na noite desta quarta-feira.
- Não sou o primeiro a sofrer com esse comportamento. Torcedor tem
memória curta, por mais que você tenha feito algo pelo clube. Eu entendo
e respeito - declarou Juninho no intervalo.
O equatoriano Tenorio, que ficou cinco meses se recuperando de uma
lesão no tendão de Aquiles e voltou a jogar no domingo, fez o segundo -
um golaço, driblando goleiro e deixando Tobi no chão com um corte.
O Vasco está provisoriamente na liderança do Campeonato Brasileiro, com
34 pontos, dois a mais do que o Atlético-MG, que tem dois jogos a menos
e enfrenta o Coritiba nesta quinta-feira, em Belo Horizonte. O time de
Cristóvão Borges mostrou a boa fase de seu sistema defensivo, já que foi
pressionado em parte do segundo tempo e se segurou bem. Agora acumula
sete partidas sem sofrer gol.
O Sport, derrotado pela terceira vez em casa, tem 14 pontos e está logo
acima da zona de rebaixamento, em 16º lugar. O Palmeiras, 17º, soma 13.
- Tivemos a expulsão do Diego Ivo, a lesão do Henirque. Foi injusto (o
resultado). A gente teve a bola do Moacir na trave, a bola do Rithely
defendida. Existem os detalhes que fazem com que você ganhe ou perca, e
eles foram desfavoráveis para a gente. O torcedor entendeu que o time
jogou bem e que não mereceria esse resultado - comentou o técnico Vágner
Mancini.
No fim de semana, pela 16ª rodada, o Vasco fará um duelo direto pela
liderança do nacional, enfrentando o Atlético-MG, às 16h de domingo, no
Independência. Um dia antes, os pernambucanos recebem o Figueirense.
Campo encharcado deixa primeiro tempo travado
Sport e Vasco tinham um adversário a mais na Ilha do Retiro: o gramado.
Encharcado por causa das fortes chuvas que caíram no Recife antes da
partida, o campo prejudicou a construção de jogadas dos dois lados,
causando erros de passe, dificuldade no domínio de bola e chutões para o
ataque.
Mais técnico, o Vasco levou a pior no primeiro tempo. Ainda tentou
impor seu domínio valorizando a posse de bola com a troca de passes.
Mas, com poças d'água pelo caminho, era quase impossível para os
laterais e Eder Luis conduzirem a bola em velocidade.
O Sport mostrou-se mais adaptado à condição do piso e arriscou chutes
de fora da área. No entanto, as finalizações passavam sempre longe de
Fernando Prass, que terminou a partida com 647 minutos sem buscar a bola
na rede. Ainda que mais presente no ataque, o Rubro-Negro também era
prejudicado pelo campo encharcado.
Juninho marca de falta, e Tenorio faz golaço
O técnico Cristóvão Borges decidiu priorizar a força em relação à
velocidade. Assim, substituiu Eder Luis por Tenorio no intervalo. Assim
como no jogo contra o Corinthians, no domingo, o equatoriano aumentou o
poder de ataque do Vasco, que tinha mais espaços para avançar graças à
postura mais ofensiva do adversário.
Em pouco tempo, o time da casa teve duas ótimas oportunidades de abrir o
placar. Na principal delas, aos dez minutos, o lateral Moacir cabeceou a
bola no travessão após cruzamento de Marquinhos Gabriel. Em seguida,
Rithelly recebeu na grande área e chutou para uma grande defesa de
Fernando Prass.
Juninho encontrava dificuldades para construir seu jogo. Numa primeira
cobrança de falta, de frente para o gol, ele chutou por cima, sem
perigo. Foi vaiado pela torcida local e ouviu os gritos de "rei" dos
vascaínos. Mais tarde, aos 22 minutos, brilhou em sua especialidade.
Cobrou com perfeição, no ângulo esquerdo do goleiro Magrão, e comemorou
muito o gol, correndo em direção ao local onde estava a sua família e
mandando beijos. Antes da partida, uma de suas irmãs dissera qual havia
sido seu recado a ele:
- Disse a ele que estava proibido de bater faltas - brincou Maninha.
Campo atrapalha os times, sobretudo no primeiro tempo (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
A torcida do Sport passou a transferir as vaias de Juninho para a sua
equipe. E o Vasco reforçou a marcação com a entrada de Fellipe Bastos no
lugar de Carlos Alberto, apostando nos contra-ataques e explorando o
desespero do adversário. Tenorio teve uma primeira grande chance para
ampliar a vantagem no placar. Recebeu passe de Juninho, driblou Magrão e
concluiu, mas Diego Ivo tirou a bola quase em cima da linha, aos 28
minutos.
Se salvou o Sport nesse lance, Diego Ivo se complicou pouco depois. Um
minuto depois que o técnico Vagner Mancini fez a terceira substituição, o
zagueiro cometeu falta e levou o segundo cartão amarelo, sendo expulso
aos 32 minutos.
Era do que o Vasco precisava para ter mais tranquilidade. Aproveitou a
superioridade para marcar o segundo gol aos 39 minutos. Após falha da
defesa do Sport, Tenorio ficou com a bola e fez um golaço. Driblou
novamente Magrão e, em vez de concluir e correr o risco de ver um
adversário impedir seu gol mais uma vez, deu um corte seco em Tobi,
deixando-o no chão: 2 a 0.
Juninho deixou o campo substituído e foi novamente vaiado pela torcida
do Sport. Mas, sem perder a compostura, preferiu fazer uma espécie de
reverência à torcida que o trata como ídolo, batendo na cruz de malta.
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