quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Elkeson e Seedorf aproveitam falhas do Sport, e Bota vence no Engenhão
Pouco exigido no primeiro tempo, o setor defensivo do Sport cometeu duas
falhas decisivas no segundo, em lances com Bruno Aguiar e Rivaldo.
O Botafogo preocupou a sua torcida no primeiro tempo e até melhorou
após o intervalo, mas conseguiu a vitória graças a duas falhas do Sport.
O placar de 2 a 0 nesta quarta-feira, gols de Elkeson e Seedorf, eleva
os alvinegros da oitava para a sexta colocação do Campeonato Brasileiro,
com 27 pontos, quatro a menos do que o quarto colocado Grêmio. E
melhora um pouco a campanha dentro de casa: são quatro vitórias, um
empate e quatro derrotas.
O Sport, que agora acumula nove derrotas, sendo quatro seguidas, entrou
pela primeira vez na zona de rebaixamento. Está em 18º lugar, com 14
pontos. Na primeira partida sem Vágner Mancini, que pediu demissão após a
derrota para o Figueirense, o time cometeu dois erros decisivos na
defesa. Bruno Aguiar cabeceou para trás na área, dando um passe para
Elkeson, e Rivaldo entregou a bola nos pés de Seedorf, que partiu com a
bola e chutou da entrada da área.
O primeiro gol do holandês no Rio teve o menor público do Botafogo no
Engenhão neste nacional: 2.457 pagantes (4.094 presentes). A torcida
pegou no pé do técnico Oswaldo de Oliveira, vaiado antes, durante e
depois do jogo. Ele deixou o campo cercado pelos jogadores.
- Essa vitória é importante. É normal que a torcida critique, mas
Oswaldo sabe que o time está com ele e que as vaias não são pessoais. É
assim mesmo - minimizou Seedorf.
O treinador não quis falar sobre as vaias:
- Nada a declarar sobre isso. Já falamos bastante deste assunto. Ao
longo da minha carreira já aconteceram essas coisas, e não devemos
ocupar nosso tempo com isso. A próxima (pergunta), por favor.
O Sport, que teve o mesmo número de chances reais de gol (quatro) do
que o adversário, pode lamentar uma oportunidade perdida no início do
segundo tempo, quando a partida estava 0 a 0. Felipe Azevedo ficou cara a
cara com Jefferson, mas viu sua finalização ser defendida.
- Sinto vergonha de vestir uma camisa dessa e não honrar o Leão, essa
camisa. A gente está se cobrando, mas não está dando certo. Temos que
rever muita coisa - lamentou Tobi
O Sport volta a enfrentar um time carioca no sábado, em jogo contra o
Fluminense, às 18h30m (de Brasília), no Raulino de Oliveira, em Volta
Redonda. No dia seguinte, às 16h, o Botafogo encara o líder Atlético-MG
no Independência.
Erros de passe e pontaria ruim
As equipes começaram a partida em ritmo lento. O Botafogo tinha mais
posse de bola, cerca de 65% durante todo do primeiro tempo, mas pouco
ameaçava. O Sport do técnico interino Gustavo Bueno adotou uma postura
mais defensiva, mas finalizava mais do que os donos da casa. Felipe
Azevedo, Hugo e Marquinhos Gabriel tentaram de fora da área, mas não
acertaram o alvo.
O Alvinegro só chutou ao gol - e sem perigo - três vezes na primeira
etapa. Logo no início do jogo, aos 12 minutos, o técnico Oswaldo de
Oliveira perdeu o meia Fellype Gabriel, que, machucado, deixou o campo
para entrada de Cidinho. A grande quantidade de passes errados (45 em 45
minutos) prejudicou os times, que tinham muita dificuldade para
penetrar na defesa adversária. Seedorf bem que acertou um ótimo
lançamento longo para Lucas, mas o lateral-direito vacilou na hora de
fazer o cruzamento.
Mais objetivo, o Sport levava mais perigo. O meia Hugo fez um gol após
desviar de primeira um cruzamento da esquerda, mas o árbitro anulou por
causa de um impedimento no início da jogada. Depois foi a vez de Rithely
mandar uma bomba de fora e dar um grande susto no goleiro Jefferson,
que saltou e não alcançou. Sorte dele que a bola foi à esquerda da meta.
A equipe pernambucana foi para o intervalo com Bruno Aguiar no lugar de
Diego Ivo, que se machucou.
Renato recebe marcação: volante deu lugar a Rafael Marques no segundo tempo (Foto: Wagner Meier/AGIF)
Elkeson e Seedorf balançam a rede
Os times voltaram do vestiário mais dispostos, e logo nos primeiros
minutos da segunda etapa houve lances de emoção. Primeiro, Cidinho fez
jogada individual e chutou da entrada da área. Magrão, na primeira vez
que trabalhou efetivamente no jogo, espalmou para o lado. Logo depois, a
resposta do Sport foi em alto estilo. Felipe Azevedo se livrou da
marcação, entrou na área em velocidade e finalizou na saída de
Jefferson. O goleiro do Bota defendeu com os pés, e Seedorf deu um bico
para aliviar o perigo.
Até os 15 minutos, a média de um passe errado a cada minuto foi
mantida. O Bota tentou aumentar sua força ofensiva com a entrada do
atacante Rafael Marques no lugar do volante Renato, e a mudança logo
surtiu efeito. Aos 21, o centroavante cruzou da direita, Bruno Aguiar
cortou mal, e a bola sobrou nos pés de Elkeson, que dominou e acertou um
ótimo chute, sem defesa para Magrão: 1 a 0 para o Botafogo.
Coube ao holandês Seedorf dar a tranquilidade de que o Alvinegro
precisava na partida. Aos 31, ele recebeu um presente de Rivaldo no
campo de ataque, correu com a bola e chutou por baixo do goleiro Magrão:
2 a 0. O Sport bem que tentou diminuir o prejuízo, mas o Bota conseguiu
segurar a vitória - não as vaias ao seu treinador.
Por GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro
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