Na segunda oportunidade, o goleiro fez milagre, abafando uma finalização na pequena área. Na terceira, porém, não teve jeito. Aos 35, o garoto de 18 anos aproveitou um rebote de mais uma bela defesa de Magrão (dessa vez em arremate de Cícero) e fuzilou para fazer o único gol do jogo. Resultado justo pela insistência do São Paulo e trágico para o Sport, que não consegue emplacar no Brasileirão.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Sport volta a perder desta vez com gol impedido no Morumbi
Ademilson perdeu grande chance no começo da partida no Morumbi (Foto: Idário Café / VIPCOMM).
A tarde do São Paulo parecia fadada ao fracasso. Longe de mostrar um
grande futebol, o time lutava demais, mas encontrava no goleiro Magrão,
do Sport, um barreira que parecia ser intransponível. Foram pelo menos
seis grandes defesas do camisa 1. De tanto martelar, porém, o esforço
foi premiado no segundo tempo. Com um gol do garoto Ademilson, o
Tricolor saiu de campo com uma importante vitória por 1 a 0, resultado
que o deixou na cola do G-4 do Campeonato Brasileiro. Na jogada que originou o gol do São Paulo, Cícero estava impedido e participou diretamente do lance já que arremessou a bola para o gol leonino e Magrão espalmou nos pés de Ademilson livre.
Com a terceira vitória seguida nas mãos de Ney Franco (duas pelo
Brasileiro e uma pela Sul-Americana), o time manteve a fama de freguês
do rival pernambucano (15 jogos e 15 vitórias em solo paulista) e ainda
mostrou que, mesmo precisando crescer tecnicamente, incorporou um novo
espírito, tão exigido por sua torcida. O novo triunfo levou o Tricolor
aos 25 pontos, dois a menos que o Grêmio, o quarto.
Já o Sport viu ser acesa a luz de alerta. O time completou sua quinta
partida sem vitória no Brasileiro (derrotas para São Paulo, Grêmio e
Atlético-MG e empates contra Atlético-GO e Ponte Preta) e estacionou na
15ª colocação, com 14 pontos, dois a mais que o Bahia, primeiro
integrante da zona de rebaixamento.
Os dois times voltarão a campo no meio de semana. Na quarta-feira, às
19h30, o Sport receberá o Vasco na Ilha do Retiro, no Recife. Um dia
depois, o São Paulo vai ao Rio de Janeiro para enfrentar o Fluminense,
em jogo transferido pela CBF do Engenhão para São Januário.
Tricolor começa sufocando, mas Sport equilibra primeiro tempo
Em busca da regularidade, Ney Franco fez duas alterações: promoveu a
volta de Denilson, recuperado de lesão, no meio-campo e colocou Willian
José no ataque na vaga do machucado Luis Fabiano. No Sport, Vagner
Mancini reforçou a marcação pela lateral direita, com Moacir na vaga de
Cicinho, e apostou em um time bem postado defensivamente para conter o
ímpeto inicial do adversário, e depois, com o passar do tempo, sair para
o jogo.
A primeira parte da estratégia pernambucana não deu certo. Os 15
minutos iniciais deram a falsa impressão de que o São Paulo atropelaria o
Sport. Pressionando a marcação do time de Recife, como pediu o técnico
Ney Franco, o Tricolor sufocou o rival em seu campo e, com velocidade,
perdeu duas chances incríveis no começo do jogo. Aos 12, Willian José
recebeu de João Filipe e, cara a cara com Magrão, bateu em cima do
goleiro do Sport. Três minutos depois, o camisa 1 pernambucano fez novo
milagre, desta vez diante de Ademilson, na pequena área. O São Paulo
concentrava seu jogo pelo meio porque as laterais estavam bem marcadas.
Moacir e Reinaldo controlavam bem os avanços de Douglas e Cortez.
A partir dos 20, com chuva no Morumbi, o Sport conseguiu fazer o que
seu treinador pediu no início. Um chute de Gilberto, bem defendido por
Rogério Ceni, mostrou que era possível levar perigo ofensivo também. A
partir do momento em que a equipe pernambucana conseguiu trocar passes,
apareceram vacilos na marcação tricolor de meio-campo. Aos 29, Willians
pegou sobra na entrada da área e chutou por cima do gol. O São Paulo
sentiu o crescimento do rival, diminuiu seu ritmo, e o jogo caminhou sem
grandes emoções até o intervalo.
Ademilson pega o rebote de Magrão e marca com o gol vazio (Foto: Idário Café / Vipcomm)
Ademilson tira o São Paulo do sufoco e garante a vitória
Os dois times voltaram sem alterações e sem muita inspiração para a
etapa complementar. O primeiro ataque perigoso foi do Sport, com
Gilberto, que, aos sete minutos, arriscou de fora da área e assustou
Ceni. O São Paulo, por sua vez, não conseguia fugir da marcação
adversária e criar algo. Maicon tentava armar pelo meio, enquanto Jadson
sequer era notado.
Aos 15, Mancini mexeu no Sport. O técnico mudou o esquema tático e
fechou ainda mais sua equipe, com a entrada do beque Edcarlos na vaga do
meia Willians, que tinha cartão amarelo.
O São Paulo travou. Irritada, a torcida mandou o recado das
arquibancadas. O público pagante foi de 22.230 pessoas, e a renda, de R$
502.561,00.
- Raça, raça, raça!
Sólido na defesa e rápido nos contra-ataques, o time pernambucano
estava cada vez mais à vontade em campo. Valorizava a bola ao máximo e
demorava a cobrar cada falta ou lateral. Vagner Mancini ainda colocou o
ex-são-paulino Hugo para dar mais poder ofensivo ao time. Em seu
primeiro lance, o canhoto exigiu grande defesa de Rogério Ceni em chute
cruzado.
A torcida reclamava, mas não faltava raça ao São Paulo. Faltava
qualidade. Em vários lances, João Filipe e Rafael Toloi viraram
armadores - avançavam com a bola nos pés e, ironicamente, conseguiam até
resultados melhores do que os jogadores de meio-campo.
Insatisfeito, Ney Franco não tinha muito o que fazer. Sua única opção
ofensiva no banco era Rafinha, que, quando ganhou chance, não
acrescentou muita coisa. Willian José, em tarde terrível, perdia uma
chance atrás da outra e parecia sem confiança para continuar arriscando.
Aos 23, acabou sendo sacado para a entrada de Cícero.
Sem organização, mas com vontade, o São Paulo armou uma blitz nos 20
minutos finais. O Sport recuou demais e acabou encurralado pelo
adversário. Começou aí uma disputa pessoal entre Ademilson e Magrão. Na
primeira, aos 27, o atacante pegou o rebote de um chute de Douglas e fez
1 a 0, mas o juiz anulou - a imagem do canal Premiere mostrou que o
são-paulino estava na mesma linha do penúltimo defensor do Sport quando
partiu o chute de Douglas. Portanto, em posição legal.
Na segunda oportunidade, o goleiro fez milagre, abafando uma finalização na pequena área. Na terceira, porém, não teve jeito. Aos 35, o garoto de 18 anos aproveitou um rebote de mais uma bela defesa de Magrão (dessa vez em arremate de Cícero) e fuzilou para fazer o único gol do jogo. Resultado justo pela insistência do São Paulo e trágico para o Sport, que não consegue emplacar no Brasileirão.
Na segunda oportunidade, o goleiro fez milagre, abafando uma finalização na pequena área. Na terceira, porém, não teve jeito. Aos 35, o garoto de 18 anos aproveitou um rebote de mais uma bela defesa de Magrão (dessa vez em arremate de Cícero) e fuzilou para fazer o único gol do jogo. Resultado justo pela insistência do São Paulo e trágico para o Sport, que não consegue emplacar no Brasileirão.
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