Desde a saída de Nelsinho, treinadores do Sport não duram mais de quatro meses
Em busca de novo nome, rubro-negros têm retropecto negativo.
Assim como PC Gusmão, o relógio corre contra tempo quando treinadores assumem o Sport |
2009
Nelsinho Baptista
Assumiu o Sport no início de 2008 depois de ser rebaixado com o Corinthians. A serenidade e transparência com a qual conduzia o time, aos poucos espantaram a desconfiança com a qual fora recebido. Um dos símbolos da conquista da Copa do Brasil daquele ano, virou ídolo da torcida, que até hoje lamenta a sua saída. Pediu demissão no início do Brasileiro de 2009, após a eliminação do Leão nas oitavas de final da Libertadores e uma discussão com o meia Paulo Baier. “Todo profissional tem um limite e eu cheguei ao meu. Construí uma bela história nesse time e pretendo manter essa imagem”, declarou no anúncio de sua saída.
Leão
Ídolo da conquista do Brasileiro de 87, Leão foi recebido de braços abertos por boa parte da torcida, apesar de alguns o avaliarem como ultrapassado. Mas a lua-de-mel durou pouco. Depois de 10 rodadas, ele foi demitido como desfecho de uma polêmica envolvendo o nome do atacante Marcelo Ramos. A diretoria teria bancado a contratação do jogador, mas o atleta teria sido vetado por Leão, que o considerava velho. Como a contratação não se confirmou, abriu-se espaço para especulações sobre uma armação da diretoria para demitir o treinador.
Péricles Chamusca
O nome de Chamusca também foi bem recebido pela crônica e pela torcida. A única ressalva era o longo período em que o técnico esteve afastado do futebol nacional. Afinal de contas, antes de retornar ao Brasil, o treinador passara cinco temporadas a frente do Oita Trinita, do Japão. Na prática, porém, Chamusca alcançou um desempenho desastroso. A seu pedido, a diretoria contratou - a peso de ouro - jogadores como os atacantes Adriano Losada e Paulinho, que mal foram utilizados. Além disso, a falta de habilidade para escalar e principalmente para substituir encaminharam o rebaixamento. Acabou demitido com o Leão na Lanterna, deixando os quatro últimos jogos a cargo do auxiliar Levi Gomes.
A vitoriosa campanha a frente do América-MG, que culminou com o título da Série C, foi o suficiente para que o presidente Sílvio Guimarães apostasse numa quinta passagem de Givanildo a frente do Sport. Mas nem mesmo a conquista do Pernambucano foi capaz de esfriar a animosidade da torcida com o péssimo início da Série B. Logo na terceira rodada, na goleada por 4 a 1 imposta pelo ASA-AL, Givanildo entregou o cargo, mas foi convencido pelo elenco a continuar no comando do time. Mas a derrota para o Icasa no jogo seguinte, na Ilha, colocou um ponto final neste capítulo.
Toninho Cerezo
A péssima experiência com Chamusca parece não foi suficiente para convencer a cúpula leonina de que apostar em treinadores que estavam longe do mercado nacional há muito tempo era uma ideia arriscada. Assim, o Sport acertou a vinda de Toninho Cerezo, que excetuando-se a temporada de 2005, havia passado toda a carreira de treinador longe do Brasil. Bastaram oito jogos (3 vitórias, 2 empates e 2 derrotas) para a diretoria e o treinador cederem à pressão da torcida. A gota d’água fora o empate por 1 a 1 com o Náutico, nos Aflitos.
Geninho fracassou na tentiva de acesso |
2011
Hélio dos Anjos
Certos de que precisariam contratar alguém que tivesse a aprovação da torcida, os dirigentes apostaram em Hélio dos Anjos, que havia deixado boas impressões nas duas passagens anteriores pela Ilha do Retiro. Assim que assumiu o Sport, Hélio iniciou a necessária reformulação do elenco leonino, que contava ainda com muitos remanescentes da exitosa campanha da Copa do Brasil. Aos trancos e barrancos, os rubro-negros passaram pelo Náutico na semifinal, mas desperdiçaram a chance de igular o hexa perdendo a final para o Santa Cruz. Apontado como culpado pelos maus desempenhos nas partidas decisivas, Hélio também sucumbiu à pressão da torcida, e acabou demitido na primeira derrota do time (e a primeira rodada em que os rubro-negros ficaram fora do G4): 2 x 0 para o Vitória, no Barradão. Vale lembrar que o meia Marcelinho Paraíba desperdiçou um pênalti quando a partida ainda estava empatada em 0 a 0.
PC Gusmão
Depois de insistir na manutenção do até então técnico das divisões de base, Mazola Júnior, por 11 rodadas, o Sport finalmente acertou com o substituto de Hélio dos Anjos. PC Gusmão assumiu o time na 7ª colocação, na 17ª rodada. O Leão estava a 4 pontos da zona do rebaixamento e a 4 do G4. A evolução do time, entretanto, estava longe de ser suficiente e os constantes vacilos custaram o emprego de PC, que foi demitido após a derrota por 2 a 0 para o Náutico, na 33ª rodada.
Mazola Júnior
Normalmente impaciente, a torcida do Sport teve uma tolerância fora do comum com Mazola. Anestesiada pela incrível arrancada do time na reta final da Série B e a surpreendente conquista do acesso, a nação rubro-negra abraçou o treinador, que foi bancado pela diretoria ao longo de todo o Pernambucano, apesar das inúmeras deficiências técnicas e táticas da equipe. A escolha custou caro ao Leão, que no dia de seu aniversário viu o Santa Cruz conquistar o bicampeonato Estadual em plena Ilha do Retiro. Como não poderia ser diferente, a perda do título significou o fim da linha para Mazola.
Vágner Mancini foi o último crucificado |
Vágner Mancini
A escolha de Mancini deu-se através de critérios rigorosos. Após longas reuniões, a diretoria rubro-negra traçou o perfil do treinador ideal para a equipe. A cúpula leonina buscava um técnico da nova geração, mas que tivesse experiência em clubes de grandes torcidas e não pretendia investir um grande volume de dinheiro para isso. Mancini caiu como uma luva. Logo em sua chegada, analisou o elenco que tinha em mãos e a necessidade de nova reformulação e alertou à torcida das dificuldades que o Leão enfrentaria ao longo do Brasileiro. Atendendo às suas solicitações, os dirigentes contrataram jogadores como Cicinho, Hugo, Magno Alves e Felipe Menezes. Porém, uma vez mais, os resultados não vieram e como era de se esperar, sobrou para o treinador. A insistência de Mancini em jogadores contestados como Rithely e o veto a atletas como Henrique e Cicinho esgotaram a paciência do torcedor. A situação ficou insustentável com a derrota para o então lanterna Figueirense, em plena Ilha do Retiro, levando o jejum de vitórias para sete rodadas.
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