Trinta e cinco jogos e apenas duas vitórias. Esse desempenho digno de
Íbis, na verdade é o retrospecto do futebol pernambucano atuando como
visitante nas Séries A e C do Campeonato Brasileiro. Algo que ajuda a
entender as campanhas nada empolgantes dos nossos representantes.
Somando as participações de Náutico e Sport, na elite, e Santa Cruz e
Salgueiro, na Terceirona, Pernambuco tem o pior aproveitamento como
visitante entre todos os 14 Estados com, pelo menos, dois representantes
nas três principais divisões do futebol nacional.
Os quatro clubes, juntos, obtiveram ainda 11 empates e 22 derrotas
atuando longe dos seus domínios, o que representa pífios 16,1% de
rendimento fora de casa. Para se ter uma ideia, o segundo pior Estado
nesse quesito é Alagoas, que com CRB e ASA na Série B, possui 20,8%,
fruto de quatro vitórias, três empates e 17 derrotas, em 24 partidas.
Para a estatística foram considerados todos os jogos dos times fora
de casa, mesmo contra rivais do mesmo Estado. Sendo assim, entraram na
conta o empate por 0x0 entre Sport e Náutico, na Ilha do Retiro, pela
Série A, e as duas igualdades entre Santa Cruz e Salgueiro na Série C
(2x2, no Cornélio de Barros, e 0x0, no Arruda).
As duas únicas vitórias dos pernambucanos como visitantes aconteceram
na Série A, uma com o Náutico (sobre o Atlético-GO) e a outra com o
Sport (diante do Coritiba). No entanto, alvirrubros e rubro-negros estão
entres os piores do Brasileirão quando são levados em consideração
apenas os pontos somados fora de casa.
Somando ainda três empates fora da Ilha do Retiro, o Leão está na 16ª
posição no quesito, com seis pontos somados e 18% de aproveitamento. Já
o Náutico consegue ser ainda pior. Com um triunfo e apenas mais dois
empates longe dos Aflitos (um deles contra o Sport), o Timbu soma cinco
pontos ou 12% de rendimento. Acima apenas do Palmeiras, que tem apenas
quatro pontos e 11%.
Na Série C, Santa e Salgueiro ainda são “virgens” como visitantes. O
tricolor conseguiu três empates e duas derrotas. Já o Carcará tem três
reveses e três igualdades. “Acontece com toda equipe. É uma questão
cultural essa história de o time jogar fora de casa e jogar fechadinho,
só marcando e esperando o contra-ataque. Isso é um problema”, arriscou o
atacante Felipe Azevedo, do Sport.
Por João de Andrade Neto
Do Jornal do Commercio no Blog do Torcedor
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