Hugo comemora o primeiro gol do Sport na partida (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press).
Rubro-Negro abre 2 a 0 no primeiro tempo e consegue sustentar a pressão santista mesmo com um homem a menos.
O Sport manteve o bom retrospecto contra adversários paulistas quando
joga na Ilha do Retiro e, neste domingo, deu fim a uma série de 11 jogos
sem vitória. Bateu o Santos, desfalcado de Neymar e Paulo Henrique
Ganso, por 2 a 1, em partida válida pela 21ª rodada do Campeonato
Brasileiro.
Os gols do triunfo rubro-negro saíram no primeiro tempo, marcados por
Hugo e Felipe Azevedo. Na segunda etapa, André diminuiu para o Peixe -
que sofreu sua segunda derrota consecutiva no Brasileirão. O Alvinegro
dominou as ações na etapa final, principalmente após a expulsão de
Edcarlos, mas não conseguiu furar o bloqueio do time da casa.
- Todo mundo está vendo como estamos nos doando. Deu para honrar esse
clube e tenho certeza que daqui para frente será assim. Nossa equipe
está de parabéns e com muito trabalho nós iremos vencer - disse o
técnico do Sport, Waldemar Lemos.
Muricy Ramalho foi sereno ao comentar a falta não marcada de Cicinho em
Arouca, que avançava sozinho em direção à área, aos cinco minutos de
jogo - quando o placar já apontava 1 a 0 para o Sport.
- Outro dia, também tivemos gol nosso impedido contra o Corinthians e
não falamos nada. Claro que ele (Francisco Carlos do Nascimento) errou
no lance do Cicinho, porque era uma situação clara de gol. Ali ele não
apitou a falta porque sabia que teria de expulsar o Cicinho e, começando
o jogo aqui, sabia que teria dificuldade (para apitar). Mas errou como
os outros erram também. É coisa do futebol, mas nada que a gente tenha
de transferir a responsabilidade (da derrota) para o árbitro - avaliou
Muricy.
Com o resultado, o Santos desceu dois degraus e foi para o 12º lugar,
com 26 pontos. Já o Sport, embora siga na zona de rebaixamento, subiu um
posto: foi para a 17ª colocação, com 19.
Os dois times voltam a jogar na quinta-feira pelo Brasileirão. O Santos
encara o Fluminense, às 21h, no Engenhão, no Rio de Janeiro. Já o Sport
pega o Palmeiras, no mesmo horário, no Pacaembu, em São Paulo, num
confronto direto contra o rebaixamento.
Moacir tenta levar o Sport ao ataque acompanhdo por Gérson Magrão (Foto: Otávio de Souza/Agência Estado)
Pressão do Leão dá resultado
Empurrado pela torcida, que compareceu em bom número à Ilha do Retiro
(22.167 presentes), o Sport iniciou a partida mostrando uma postura
ofensiva, avançando a linha de marcação e apostando nas jogadas pelas
laterais. Logo aos três minutos, a estratégia mostrou-se eficiente,
ainda que com colaboração do sistema defensivo santista. Após cruzamento
de Cicinho pela direita, Hugo apareceu com liberdade para escorar para o
gol defendido por Rafael: 1 a 0.
O lance mudou o panorama que os primeiros movimentos do jogo indicavam.
Ainda que com cautela, o Santos passou a marcar mais presença no campo
de ataque, enquanto o Sport reforçou a marcação, apertando o avanço
santista a partir do meio-campo com Tobi e Rithelly e apostando nos
contra-ataques em velocidade.
Aos poucos, o time paulista se acertou na defesa, diminuiu os espaços
do ataque adversário e assumiu a posse de bola. O Peixe, porém, sentia
falta de Neymar, encontrando dificuldades na criação e apostando em
chuveirinhos direcionados a André. Felipe Anderson e Patito Rodriguez,
substitutos dos astros santistas, esforçavam-se para embocar em direção à
grande área, mas travavam nos laterais.
O Sport estava acuado. Nada, porém, que um contra-ataque certeiro não
pudesse resolver. E resolveu: aos 36 minutos, Felipe Azevedo recebeu
lançamento na esquerda, cortou Bruno Rodrigo e bateu colocado. A bola
desviou em Bruno Peres e morreu no ângulo de Rafael, para delírio da
torcida rubro-negra.
Peixe pressiona, Sport segura
Com Victor Andrade no lugar de Juan, e Gerson Magrão deixando o
meio-campo para atuar na lateral esquerda, o Santos voltou à etapa final
com mais um homem de frente. A mudança permitiu ao Peixe pressionar
mais o Sport no campo de defesa. O Leão, por sua vez, manteve a aposta
na marcação firme já no meio-campo.
Desta vez, porém, o Alvinegro achou o caminho do gol. O irônico é que o
lance, aos seis minutos, começou com Durval - que ainda no intervalo
teve seu nome gritado pela torcida na Ilha do Retiro. O zagueiro lançou a
bola para o ataque, Gerson Magrão ganhou da marcação na corrida e,
mesmo sem jeito, fez o cruzamento para André, que se antecipou à zaga e
Magrão para desviar, de cabeça, para a rede.
Se no primeiro tempo o Sport, mesmo recuado, ainda conseguia buscar o
jogo com Gilsinho e Felipe Azevedo, na etapa final a estratégia não se
repetiu. Sem a mesma velocidade e intensidade no apoio a marcação, a
solução para o Leão foi apostar na saída de jogo pelo toque de bola, com
paciência.
O problema é que o Peixe, com mais gente no ataque, adiantou a marcação
e impediu que o Rubro-Negro avançasse além do meio-campo. A situação
ficou ainda mais delicada para o Leão quando, aos 13 minutos, depois de
Victor Andrade roubar a bola de Diego Ivo e encontrar André, Edcarlos
fez falta no atacante santista e foi expulso - já tinha cartão amarelo.
Daí em diante, a postura de Sport e Santos para o desenrolar da partida
ficou clara: preocupado em reforçar a marcação e assegurar o placar
favorável, Waldemar Lemos tirou Gilsinho e colocou em campo o zagueiro
Bruno Aguiar. Já Muricy pôs o Peixe em cima do Leão, promovendo a
entrada de Bill na vaga de Gerson Magrão, puxando Victor Andrade para a
ponta direita e Patito Rodriguez - depois Bernardo, que voltou a jogar
após quase cem dias - para a esquerda. Com Felipe Anderson na ligação e
André na área com Bill, o Santos passou a ter cinco jogadores no campo
de ataque.
Apesar do volume de jogo santista ter se intensificado, o Alvinegro
prosseguiu com a dificuldade apresentada na etapa inicial: muita posse,
poucos arremates. Melhor para o Sport, que mesmo com um homem a menos
sustentou a pressão e redescobriu o que é vencer após onze partidas.
Por GLOBOESPORTE.COM
Recife, PE
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