sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Com recorde de público, Palmeiras sofre, vence e ultrapassa o Sport
Quase 30 mil pagantes lotam Pacaembu para empurrar Verdão, que
faz 3 a 1 e respira um pouco na luta contra a degola. Leão se complica
Não era final de Copa do Brasil, nem mata-mata de Libertadores, muito
menos briga por título do Campeonato Brasileiro. Era mais do que isso: a
luta pela honra. Por isso, o Pacaembu lotou nesta quinta-feira. E por
isso o Palmeiras, campeão nacional há dois meses, deu sinais reais de
que pode sair do buraco ao vencer o Sport por 3 a 1, em um Pacaembu
lotado. Na briga direta entre duas equipes da zona de rebaixamento, o
Verdão levou a melhor, ultrapassou o rival, mas ainda está entre os
quatro piores do Brasileirão.
O jogo foi decidido por um coadjuvante, Tiago Real. O Palmeiras abriu o
placar com Correa, sofreu o empate com Rivaldo, e viu o meia decidir
com um golaço e uma assistência para Obina. O duelo acabou aí. O Verdão
subiu para 20 pontos, na 17ª colocação. O Sport permaneceu com 19,
caindo para o 18º lugar.
A torcida alviverde atendeu ao chamado e bateu recorde de público na
temporada: 29.409 pagantes, mais até do que na decisão da Copa do Brasil
contra o Coritiba, que levou pouco mais de 28 mil palmeirenses à Arena
Barueri. E quando a torcida abraça o time dessa forma, fica mais fácil
reagir. Os pernambucanos, sem criatividade, pouco fizeram para merecer
um resultado melhor.
O Palmeiras volta a campo no próximo domingo, às 18h30m (horário de
Brasília), contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte. No mesmo dia e
horário, o Sport recebe o Cruzeiro na Ilha do Retiro.
Valdivia arrisca finalização, marcado de perto por Tobi (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Torcida ajuda, trave não
Quando o torcedor do Palmeiras saiu de casa e dedicou algumas horas de
seu tempo a uma ida ao Pacaembu, o mínimo que ele esperava do time era
vontade, muita vontade. Isso não faltou, definitivamente. Felipão
escalou uma equipe mais ofensiva para tentar uma pressão implacável
desde o início: Tiago Real e Valdivia juntos, mesmo sem entrosamento, e
Correa como lateral-direito foram as inovações do comandante.
O primeiro tempo ficou quase todo concentrado em metade do campo,
aquela em que o Palmeiras atacava e o Sport se segurava com quase todo
mundo atrás da linha da bola – exceção feita ao perigoso Felipe Azevedo,
que só esperava uma oportunidade de contra-ataque pelas costas de
Correa. Luan se jogava para salvar uma bola, Obina trombava com os
zagueiros, e até Valdivia corria mais do que o normal.
Do lado pernambucano, o nervosismo tomou conta. Acuado, o time não
conseguia trocar passes curtos, nem armar contra-ataques. As laterais
eram ocupadas por Welton, estreante da noite, e Willian Rocha, que levou
cartão amarelo em seu primeiro lance e foi atabalhoado nos outros. O
técnico Waldemar Lemos queria mais era cozinhar o jogo para deixar o
tempo passar e fazer a torcida palmeirense se enervar. Conseguiu, mas
mais por incompetência do time da casa.
O Palmeiras jogou bem sem fazer gols, como já virou costume. Quando
Tiago Real e Valdivia se entenderam na disposição em campo, o jogo
fluiu. Como elemento surpresa, João Vitor se destacou e causou a jogada
mais perigosa do primeiro tempo. Aos 27, o volante deixou Obina na cara
do gol. Lance que não se perde. O atacante fez tudo certo e chutou no
cantinho esquerdo de Magrão. A bola beijou a trave e correu pela área
sem nenhum palmeirense para aproveitar.
A jogada serviu para esquentar o clima em campo. Tiago Real exigiu
grande defesa de Magrão, e Felipe Azevedo respondeu com uma cabeçada que
fez Bruno se esticar. O ambiente ficou tão tenso que houve confusão
generalizada na saída para o intervalo. A bronca era com Luan,
normalmente esquentado, que trocou provocações com os jogadores do Sport
- o palmeirense acusou o meia Hugo de ter cuspido nele. Nas
arquibancadas, a temperatura alta se refletiu em xingamentos aos
rivais.
Confusão entre jogadores na saída para o intervalo (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Tiago é real
A briga do fim do primeiro tempo pilhou todo mundo, do torcedor ao
ponta-esquerda. O Palmeiras voltou mais rápido, tocando bem a bola e
exercendo a mesma pressão dos minutos iniciais. A partida truncada virou
jogaço, pois os dois times perceberam que o empate não resolvia muita
coisa. Mais técnico, o Verdão, enfim, acertou o pé. Aos sete minutos,
Correa chutou de longe, e Magrão, melhor jogador do Sport, deixou a bola
passar por baixo de seus braços: 1 a 0.
O Pacaembu explodiu, mais até do que a Arena Barueri nos bons tempos de
título da Copa do Brasil. Mas um jogo que foi anunciado com tanta
dramaticidade, com mobilização da torcida, não poderia ser resolvido sem
um susto, um ingrediente que desse ainda mais emoção à partida. E coube
a Rivaldo, escorraçado pelo Palmeiras, calar o estádio. Aos 16, o
volante canhoto acertou um chute de direita. A bola tocou no travessão
antes de entrar e empatar a partida. Na comemoração, o volante provocou a
torcida palmeirense.
Enquanto o ex-alviverde ia à forra, um recém-contratado colocou a bola
embaixo do braço e foi à luta. Tiago Real, em sua segunda partida com a
camisa do Palmeiras, mostrou que é de confiança. Um minuto depois,
apareceu sozinho na área e tocou de canhota, na saída de Magrão: 2 a 1.
Curiosamente, quem não o marcava direito era Rivaldo, responsável por
acompanhá-lo.
Aos 22, Tiago deu um toque sutil para fazer Obina desencantar: 3 a 1.
Jogo resolvido em poucos minutos. Jogo para Tiago virar realidade entre
os palmeirenses. Foi ele o responsável maior pelo alívio momentâneo da
torcida que lotou o Pacaembu. Pelo Sport, Henrique e Gilberto entraram
só no fim, sem tempo para mudar o panorama. O palmeirense pode viver um
feriado mais tranquilo neste 7 de setembro, com a fuga da zona de
rebaixamento se tornando cada vez mais uma realidade. Aos rubro-negros,
fica o alerta.
Do GLOBOESPORTE.COM
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