A infância de João Henrique de Andrade Amaral na cidade de Ipatinga, em Minas Gerais, onde cresceu (nasceu em São Paulo, capital), foi típica de um garoto de interior. Estudar e jogar futebol sempre estiveram entre as suas atividades diárias. Mas, de vez em quando, a necessidade batia, e o jovem precisava de um dinheiro extra. Era hora de procurar o velho “bico” para tirar uma graninha.
Aos 27 anos, Andrade lembra da época de moleque em Ipatinga. Ele garante que o seu negócio era mesmo estudar, mas admite que, quando mais novo, por volta dos 12 ou 13 anos, chegou a fazer alguns bicos para ganhar um dinheiro. Coisas simples, de um garoto que só queria ajudar e, também, conseguir o que, na época, já significava uma “independência financeira”. “Antes de jogar bola, eu sempre estudei. Mas quando era mais novo, acho que uns 12 ou 13 anos, fazia uns bicos. Nada muito especial. Entregava pão, limpava piaçava, entre outras coisas”, conta o volante. “Era só para conseguir algum dinheiro”, completa.
Por volta dos 15, 16 anos, Andrade deu início à carreira na escola de futebol Aciaria, em Ipatinga. Os “bicos” ficaram para trás, pois o volante logo se destacou, sendo chamado para treinar no time paulista do Mirassol. Foram dois anos (1998/1999) nas categorias de base do clube, até se despertar o interesse do Santos, onde, de forma definitiva, iniciou sua carreira no futebol.
Já Geraldo José da Silva Filho, o popular Parral, trabalhou por quatro anos consecutivos antes de iniciar sua carreira profissional no futebol. De vida simples, o jogador, natural do Recife, não mediu esforços para ajudar o pai a melhorar a renda familiar. Aos 14 anos, ele iniciou o trabalho como auxiliar de pedreiro. Dois anos depois, começou suas atividades nas categorias de base do Náutico, tendo que dividir o tempo entre o futebol e o trabalho pesado. “Foi o período mais difícil, muito cansativo. Era complicado render nos treinamentos, assim como era complicado trabalhar como auxiliar de pedreiro. Tive que superar essa fase, de dividir as atenções. Aos 18 anos, consegui mergulhar de vez no mundo do futebol”, disse Parral.
O jogador coral, que não participou do Clássico das Multidões do primeiro turno, pois estava suspenso, vê no clássico uma oportunidade de refletir sobre a sua carreira. “O clássico é sempre um momento importante. Nas vésperas, eu penso muito no que devo fazer na partida e lembro também do passado, da minha trajetória até chegar ao futebol. Tenho que valorizar isso, pois superei dificuldades e hoje tenho condições de ajudar a minha família”.
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