Naldinho vem sendo 'esquecido' no Sport
(Foto: Aldo Carneiro)
Para o torcedor desavisado: o volante Naldinho não está contudido e nem saiu do Sport, ele continua na Ilha do Retiro, treinando, à disposição do treinador Mazola Júnior. O recado serve para lembrar da existência do jogador no Leão, que da titularidade em 2011 mergulhou no esquecimento este ano.
Seu nome não vem sendo lembrado nem entre os relacionados. Nesta temporada, Naldinho ficou no banco em apenas duas oportunidades, contra Serra Talhada e Central. Só jogou na estreia com o Araripina, quando o Sport levou um sufoco do Bode no empate de 1 a 1. De lá para cá, foram 15 partidas pelo Pernambucano e uma da Copa do Brasil e nada do volante atuar.
- Estava sendo titular absoluto no ano passado, mas desde que Mazola assumiu fui para o banco. Opção tática dele, estou bem fisicamente, inteiro, pronto para jogar. As pessoas me abordam na rua, perguntando se estou melhor da contusão, quando vou sair do departamento médico. Respondo que não tenho nada, estou inteiro, é uma escolha técnica e que respeito - disse Naldinho.
Revelado pelo Porto de Caruaru, Naldinho se destacou no Estadual do ano passado e foi contratado pelo Leão junto com o atacante Paulista, artilheiro da competição no ano passado. Em poucos jogos na equipe, ganhou espaço apresentando um futebol refinado, que lhe rendeu o apelido de 'Zidane da Ilha' pela sua altura (1.81m) e passadas em campo. Chegou a ser apontado pelo treinador PC Gusmão como um dos grandes volantes em formação no futebol brasileiro por saber marcar e sair jogando com a mesma qualidade. Era titular do time de PC, até a derrota do Sport para o Náutico, por 2 a 0, nos Aflitos, dia 29 de outubro.Na Série B, marcou dois gols.
- Depois desse jogo, PC Gusmão caiu e Mazola assumiu. Recebi o terceiro amarelo no clássico e peguei uma suspensão automática. Não peguei o Boa Esporte, o time venceu por 4 a 1 e depois não voltei - afirmou.
Naldinho teve algumas contusões, mas nenhuma grave. Reconheceu que atrapalhou um pouco, porém nada que influenciasse na escolha do treinador. No início de temporada, ganhou a chance de ser titular contra o Araripina, mas foi mal, assim como todo o time, e pediu um tempo para uma reabilitação física.
- No começo do Pernambucano, depois do primeiro jogo, conversei com Mazola e expus que não estava bem fisicamente e queria uns dois jogos para me recuperar. Nunca tinha tido uma pré-temporada tão puxada e senti os reflexos dela. Precisava de mais um tempo. Quando voltei, não fui mais relacionado. Não me arrependo de ter feito esse pedido e nem conversei com o treinador depois deste caso, pois a comissão sabe das minhas condições - explicou.
Diogo vem atuando na vaga de segundo volante deixada por Naldinho, quando o time entra com dois meias, já que Hamilton é o primeiro volante de cadeira cativa. Quando o meio-campo está apenas com Marcelinho Paraíba na armação, Rivaldo é a preferência de Mazola. A estranheza da torcida do Sport não são as escolhas do treinador, mas o 'escanteamento' de Naldinho.
Se continuar assim, no fim do campeonato, vou conversar com o presidente Gustavo Dubeux para me negociar, emprestar, para outro clube. Estou muito triste".
Naldinho
- Meus familiares me aconselharam a ter paciência. No entanto, em três meses só joguei um jogo. Já falei com o meu procurador e se continuar assim, no fim do campeonato, vou conversar com o presidente Gustavo Dubeux para me negociar, emprestar, para outro clube. Estou muito triste por não estar sendo relacionado - desabafou o volante, que tem contrato com o Sport até 2015.
Naldinho é uma pessoa tímida, quieta, por isso, superficialmente, não dá para perceber a sua tristeza durante o dia a dia do clube. Sempre na dele, é mais um do elenco nos treinos do Sport. Só que a insatisfação reflete no seu comportamento.
- Não assisto os jogos do Sport, não gosto. Não vou para as cadeiras, no meio da torcida, isso me dá uma dor. Fico pensando que poderia estar jogando ao ver meus colegas em campo - revelou o atleta.
Mas apenas da tristeza e insatisfação, Naldinho não tem mágoa. Ele avalia como uma escolha profissional, técnica, em que está sendo preterido. Se não der para o jogador, coisas da vida, em que é melhor procurar outros caminhos.
- Não tenho rancor, Mazola é profissional e se estou dessa forma, é uma escolha dele e tenho que respeitar. A insatisfação é natural porque todo jogador quer estar atuando, por isso terei que continuar trabalhando para conquistar meu espaço - frisou Naldinho.
Por Lula Moraes Recife - GLOBOESPORTE
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