Conselheiro é contra a permanência de GeninhoO conselheiro Alfredo Bertini faz parte do grupo Transparência Sport, que tem o objetivo de efetuar uma composição no clube. O grupo em primeiro momento apóia o candidato único a presidência do Leão para 2011/2012, Gustavo Dubeux, no entanto também quer ter direito a expor suas ideias na Ilha do Retiro.
Bertini estava no exterior durante a semana passada, quando a agremiação Rubro-negra passou por um momento conturbado em relação à política, mas quando retornou de viagem ele conversou com a SportNet (em primeira mão) sobre o a política e processo sucessório do Sport.
O conselheiro e ex-candidato a presidência do Sport (para 2007/2008) contou que o Transparência Sport realmente quer uma composição na Ilha do Retiro, mas em cima de propostas concretas para o clube, porém Gustavo Dubeux não teria entendido o sinal do grupo e apesar de ser um candidato da “nova geração”, ele só estaria mantendo o modelo de gestão conversador que acompanha o clube há anos. Ele fez tal afirmação porque Dubeux estaria preocupado com o loteamento de nomes e ocupação de cargos e não com projetos. Segundo Bertini, Gustavo Dubeux teria que dar ouvidos aos ares de renovação, pois isso seria um fator essencial para a sobrevivência do clube.
Bertini elaborou alguns tópicos para toda a torcida Rubro-negra saber qual ideia do Transparência Sport e garantiu que pode acontecer um bate chapa na Ilha do Retiro. Ele afirmou que na próxima segunda-feira (29) à noite o grupo irá se reunir novamente e possivelmente lançará uma chapa de oposição a de Gustavo. Se isso acontecer Gustavo poderá retirar candidatura.
Confira os tópicos que Alfredo Bertini (que lançará um livro sobre economia no futebol) escreveu para explicar a torcida Rubro-negra as suas ideia e para o clube Rubro-negro e também a do grupo Transparência Sport:
01) Sempre defendi uma postura eleitoral absolutamente propositiva no ambiente do clube, reagindo de forma contrária a qualquer método de ataques pessoais, revanchismos ou atitudes assemelhadas;
02) Defendo com unhas e dentes, como uma autêntica necessidade de sobrevivência, um modelo de gestão diferente e transparente para o Sport, justo por acreditar na sua grandeza sócio-esportiva e na força do mercado consumidor expressa pela paixão dos seus milhões de torcedores e simpatizantes, hoje espalhados além das fronteiras pernambucanas;
03) A diferença desse modelo está centrada na necessidade de se introduzir um estilo de gestão renovado e inovador, que ao passar ao largo das teses ultrapassadas do “patrimonialismo” e do “emocionalismo” que culturalmente estão fincadas no ambiente do Sport, põem em destaque um plano estratégico, no qual os projetos e ações a ele atrelados são marcados, diferentemente, pelo “profissionalismo” e “racionalismo”;
04) Essas mudanças não são novidades em clubes organizados e vitoriosos, de tal sorte que se fazem hoje necessárias porque o futebol, enquanto um produto econômico da indústria do entretenimento, não dá mais para ser tratado e gerido como uma extensão dos negócios dos seus dirigentes ou como grêmios suburbanos (nem com riqueza pessoal, nem com rifas ou promoções simbólicas);
05) Uma vez que a demanda por recursos de investimento para o futebol envolve cifras pesadas, não se ter um posicionamento estratégico no mercado, capaz de fazer o seu enquadramento na linha de frente das receitas advindas dos direitos audiovisuais (imagens) e dos patrocínios diversos, é apostar no provincianismo, sobretudo, quando se tem em conta um clube de dimensão de mercado nacional como o Sport;
06) Em defesa, portanto, da sustentabilidade do clube no curto, médio e longo prazo, aposto nessa renovação, com a incorporação de pessoas e instituições que conheçam e saibam operar esses mecanismos de gestão, conforme se aplica em qualquer empresa moderna, independente do seu tamanho no mercado;
07) Nesse modelo inovador, vislumbra-se que áreas como a de Economia, Planejamento Estratégico e Marketing passam a ser o carro-chefe de um clube que se pretende moderno e vtorioso;
08) Nessa concepção, fiquei feliz em poder agregar a esses ideais outros tantos que vinham sendo trabalhados por grupos no atual Conselho Deliberativo e, posteriormente, por outras lideranças e ex-presidentes, todos convictos dessa necessidade de mudança;
09) Depois de algumas reuniões de entendimentos, o passo que ficou definido, antes de uma viagem internacional que fiz, foi o de buscar uma grande composição com o candidato da “situação”, tendo como “pano de fundo” um acordo em cima de proposições (um plano estratégico que vislumbre a sustentabilidade do Sport no mercado nacional), jamais em cima da priorização de nomes ou cargos, algo que vem a reboque naturalmente (primeiro as idéias, depois as pessoas para executá-las);
10) Que esse grupo ainda espera por essa forma de composição, o que seria da parte do Sr Gustavo Dubeux um gesto histórico, já que admitimos, no primeiro momento, que ele próprio fosse o nome condutor, desde que o ideário que defendemos pudesse ser o guardião dessa mudança que se pretende no estilo de gestão;
11) Particularmente, só tenho a lamentar as demonstrações - mesmo que não-oficiais – do pouco interesse reservado à discussão ideológica, haja vista a constante citações de nomes para cargos eventuais ou coisa parecida, numa demonstração de exercício político pobre e conservador nas suas ações;
12) Para exemplificar esse sinal contrário que foi emitido, vale destacar aqui, apenas como uma opinião pessoal, das precipitações em torno da consolidação dos dois único projetos que o pretenso candidato da situação tem externado como suas prioridades (Arena e CT), atitudes desconexas com a urgência de uma visão estratégica e que termina por queimar erroneamente cartuchos, haja vista o pedido de recursos feito ao patrocinador para um desses projetos (sem que houvesse a definição de conceitos e regras específicas para o Marketing do clube);
13) Outro episódio foi a precipitação do anuncio da provável renovação do contrato do atual treinador de futebol, apesar do mesmo ter cometido falhas gritantes nas últimas jornadas e, portanto, já não se constituir num nome de interesse da grande maioria da nação rubro-negra;
14) Por tudo isso, na inexistência de uma composição, não vejo como descartar a possibilidade de se ter uma chapa ampla de oposição, que seja efetivamente capaz de defender esse novo conjunto de idéias, fundamental para renovar uma cultura de gestão caduca e reorganizar o clube sobre as trilhas de um processo de estabilização consciente, racional.
Redação SportNet
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