É exatamente o Petrolina quem mais vai rodar neste período (veja abaixo quantos quilômetros cada time vai percorrer). A Fera Sertaneja estreia contra o Náutico, no Recife, no domingo 16 de janeiro. Na terça, recebe o Sport, e na quinta, visita o Central em Caruaru. No domingo, volta a seu reduto para encarar o Vitória. A maratona prossegue na segunda semana: América, em casa, na terça, Santa Cruz, no Arruda, na quinta, e Cabense, no Sertão, no domingo. Ao todo, serão 4.052 km percorridos.
“A Federação adiou o começo do campeonato para o dia 16 de janeiro e antecipou os jogos no Sertão para beneficiar os grandes da capital. Nas cinco primeiras rodadas, vamos jogar duas partidas fora de casa (Porto e Cabense) e as três em casa serão contra Náutico, Santa Cruz e Sport. Corremos o risco de não somar nenhum ponto nesses jogos e ter que fazer um torneio de recuperação”, lamentou Walmir Bezerra, diretor do Araripina, segundo no ranking de maior distância percorrida: 3.568 km. O Sport vem na sequência, com 2.896 km. Já Náutico e Santa Cruz vão rodar menos do que o Leão, 1.456 km. Isso porque fazem dois jogos seguidos em casa nas sete primeiras rodadas.
“São muitos jogos para poucos dias. Já passei por uma situação semelhante na China, mas lá estávamos disputando três competições paralelas”, relatou o zagueiro Sidraílson, do Santa Cruz. A exposição excessiva preocupa os médicos dos clubes. “Do ponto de vista clínico, há muita preocupação, pois não vai haver tempo hábil para dar um diagnóstico sobre um atleta lesionado, já que o próximo jogo já vai ser no dia seguinte”, destacou o médico do Sport, Antônio Bezerra.
Diante da reclamação de alguns clubes, Murilo Falcão, diretor técnico da Federação Pernambucana, admitiu que a entidade estuda algumas mudanças na tabela. “Temos até 15 dias depois da divulgação da tabela para fazer alguma alteração. Pode ser que ocorra algum remanejamento nas rodadas”, disse Falcão. Caso isso não aconteça, já há quem defenda um rodízio de jogadores. “Temos que ter um elenco grande e o que faremos entre uma partida e outra será apenas trabalhos de recuperação”, explicou Carlos Bona, preparador físico do Náutico.
Fisiologista do Sport, Inaldo Freire, explicou que ao receber um estímulo, seja um treino ou um jogo, um atleta de futebol precisa de 48 horas para ter uma recuperação ampliada (supercompensação), ou seja, se reestabelecendo de toda a energia que foi gasta. Esse processo bem respeitado é que leva a um bom condicionamento físico. No entanto, apesar disso, ele não crê que a maratona trará prejuízo para os boleiros.
“Não é a tabela ideal, mas não é tão descomunal e agressiva como estão falando. Estudos científicos comprovam que apenas duas semanas não são suficientes para causar danos fisiológicos aos jogadores. Se a maratona persistisse por mais 10 ou 15 dias, aí sim os atletas sofreriam uma queda de rendimento”, destacou Inaldo.
Blog do Torcedor - JC Esportes
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