A efervecência política, entretanto, não impediu que, dentro de campo, o Sport conseguisse atingir as alturas e depois caísse vertiginosamente, como uma montanha russa. O ápice foi alcançado em 2008 com o título da Copa do Brasil, conquista inédita para o futebol nordestino. O Leão derrubou os gigantes Palmeiras, Internacional, Vasco e Corinthians. No jogo de volta da decisão, com a Ilha do Retiro “pulsando”, fez 2x0 no Timão, com gols de Carlinhos Bala e Luciano Henrique, ficando com a taça. No final do ano, Milton Bivar passou o bastão para Sílvio Guimarães.
Com o time na Série A e com presença assegurada na Libertadores, a expectativa era enorme. Mesmo contra adversários de gabarito, como Palmeiras, LDU e Colo Colo, os leoninos ficaram em primeiro lugar no seu grupo, mas nas oitavas de final cruzaram novamente com o Verdão. Aí, o Sport parou em São Marcos e perdeu nos pênaltis, 3x1 (ganhou por 1x0 no tempo normal), se despedindo da competição continental. Começava a derrocada.
Nelsinho Batista deixou o clube, alegando que os reforços solicitados não estavam sendo contratados. Por sua vez, a diretoria argumentou que os jogadores fugiam muito da realidade financeira do clube. Sem Nelsinho, o Sport penou até conseguir fechar com Emerson Leão, inclusive negociando uma antiga dívida. No entanto, a terceira passagem do técnico pela Ilha foi melancólica. Ele bateu de frente com Sílvio e os demais diretores e foi demitido. Péricles Chamusca foi o substituto, mas não conseguiu evitar o rebaixamento para a Série B, o segundo nesta década.
O primeiro foi em 2001, uma consequência do tumulto que rondava o clube. A torcida não perdoou o presidente Luciano Bivar pela perda do hexa para o Náutico. O mandatário não resistiu à pressão e pediu licença (depois renunciou), interrompendo seu terceiro mandato consecutivo. Uma nova eleição foi realizada, com Fernando Pessoa sendo escolhido em votação restrita ao Deliberativo. Em meio a esse turbilhão, o Leão acabou na lanterna do Brasileirão.
A queda para a Segundona provocou mudanças no clube, que começou a temporada de 2002 com um time modesto e viu o Náutico levantar o bi. No Nacional, após boa campanha na 1ª fase, foi eliminado nas quartas de final para o Paulista. Mas o pior ainda estava por vir. Depois de fazer uma boa temporada em 2003 (ganhou o Estadual, foi semifinalista da Copa do Brasil e terceiro na Série B), os dois anos seguintes foram terríveis.
Em 2004, viu o Timbu ganhar o certame local. Na Série B, foi humilhado pelo Marília (7x1) e chegou a ficar ameaçado de rebaixamento, mas terminou em 17º, entre 24 participantes – os seis últimos caíram. No ano seguinte, Luciano Bivar substituiu Severino Otávio (Branquinho) e voltou para seu quarto mandato com a missão de ganhar o título do centenário. Contudo, a seca de conquistas locais permaneceu. No Brasileiro, o time só não caiu para a Série C porque a Portuguesa segurou o empate por 3x3 com o Vitória, no Barradão, rebaixando o time baiano.
Depois do susto, o clube começou lentamente a se reerguer, contratando o técnico Dorival Júnior e jogadores como Durval e Hamilton. O time foi campeão estadual em 2006, na dramática disputa por pênaltis contra o Santa Cruz. Já com Givanildo Oliveira, foi vice-campeão da Série B, conquistando o acesso para a Primeira Divisão. Foram três temporadas na elite até a queda em 2009 para a Série B, onde permanece no momento, fruto da sua própria oscilação neste ano, primeiro com o técnico Givanildo Oliveira (que ao menos foi pentacampeão estadual), passando por Toninho Cerezo e terminando com Geninho.
Por Marcos Leandro e Lucas Liausu
Do Jornal do Commercio
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